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VERSO 21

aṁśumān uvāca
na paśyati tvāṁ param ātmano ’jano
na budhyate ’dyāpi samādhi-yuktibhiḥ
kuto ’pare tasya manaḥ-śarīra-dhī-
visarga-sṛṣṭā vayam aprakāśāḥ

aṁśumān uvāca — Aṁśumān disse; na — não; paśyati — pode ver; tvām — Vossa onipotência; param — transcendental; ātmanaḥ — de nós, seres vivos; ajanaḥ — o senhor Brahmā; na — não; budhyate — pode entender; adya api — mesmo hoje; samādhi — pela meditação; yuktibhiḥ — ou pela especulação mental; kutaḥ — como; apare — outros; tasya — seus; manaḥ-śarīra-dhī — que consideram o corpo e a mente como sendo o eu; visarga-sṛṣṭāḥ — seres criados dentro do mundo material; vayam — nós; aprakāśāḥ — sem conhecimento transcendental.

Aṁśumān disse: Meu Senhor, seja pela meditação, seja pela especulação mental, nem mesmo até hoje é o senhor Brahmā capaz de compreender Vossa posição, que está muito além dele mesmo. Então, o que dizer de outros como nós, que fomos criados por Brahmā, o qual nos deu várias formas, de semideuses, animais, seres humanos, pássaros ou animais selvagens? Estamos em completa ignorância. Portanto, como podemos conhecer a Vós, que sois a Transcendência?

icchā-dveṣa-samutthena
dvandva-mohena bhārata
sarva-bhūtāni sammohaṁ
sarge yānti parantapa

“Ó descendente de Bharata [Arjuna], ó conquistador do inimigo, todas as entidades vivas nascem em ilusão, dominadas pelas dualida­des surgidas do desejo e do ódio.” (Bhagavad-gītā 7.27) Todos os seres vivos do mundo material são influenciados pelos três modos da natureza material. Até mesmo o senhor Brahmā está no modo da bondade. De um modo geral, os semideuses também estão no modo da paixão, e as entidades vivas inferiores aos semideuses, tais como os seres humanos e os animais, estão no modo da ignorância, ou em uma mistura de bondade, paixão e ignorância. Portanto, Aṁśumān quis explicar que, como estavam sob os modos da natureza material, seus tios, que haviam sido reduzidos a cinzas, não puderam entender o Senhor Kapiladeva. “Porque estais acima até mesmo da inteligência direta e indireta do senhor Brahmā”, orou ele, “a menos que sejamos iluminados por Vossa Onipotência, não nos será possível entender-Vos.”

athāpi te deva padāmbuja-dvaya-
prasāda-leśānugṛhīta eva hi
jānāti tattvaṁ bhagavan-mahimno
na cānya eko ’pi ciraṁ vicinvan

“Meu Senhor, se alguém é favorecido ao menos por um leve vestígio da misericórdia de Vossos pés de lótus, ele pode entender a grandeza de Vossa personalidade. Mas aqueles que especulam na tentativa de entender a Suprema Personalidade de Deus são incapazes de co­nhecer-Vos, mesmo que continuem a estudar os Vedas por muitos anos.” (Śrīmad-Bhāgavatam 10.14.29) O Senhor, a Suprema Personalidade de Deus, pode ser entendido por aquele que é favorecido pelo Senhor; o Senhor não pode ser entendido por outros.

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