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VERSO 82

yāhāṅ tāhāṅ sarva-loka karaye sammāna
ghare pāṭhāiyā deya dhana, vastra, dhāna

yāhā — onde quer que; tāhāṅ — qualquer parte; sarva-loka — todas as pessoas; karaye — mostram; sammāna — respeitos; ghare — em casa; pāṭhāiyā — enviando; deya — dão; dhana — riquezas; vastra — roupas; dhāna — arroz.

“Aonde quer que eu vá, todas as pessoas prestam-me respeitos. Mesmo sem eu pedir, elas voluntariamente dão-me riquezas, roupas e arroz.”

SIGNIFICADO—Um brāhmaṇa não se torna servo de ninguém. Prestar serviço a outrem é o negócio dos śūdras. O brāhmaṇa é sempre independente, pois é o professor, o mestre espiritual e o conselheiro da sociedade. Os membros da sociedade fornecem-lhe todas as coisas de que necessita. Na Bhagavad-gītā, o Senhor divide a sociedade em quatro classes: brāhmaṇa, kṣatriya, vaiśya e śūdra. Uma sociedade não pode funcionar bem sem essa divisão científica. O brāhmaṇa deve dar bons conselhos a todos os membros da sociedade, o kṣatriya deve encarregar-se da administração, da lei e da ordem da sociedade, o vaiśya deve produzir e comerciar todos os produtos necessários à sociedade, ao passo que os śūdras devem prestar serviço às classes superiores da sociedade (os brāhmaṇas, kṣatriyas e vaiśyas).

Jagannātha Miśra era um brāhmaṇa. Portanto, as pessoas enviavam-lhe todos os recursos corpóreos – dinheiro, roupas, cereais e assim por diante. Enquanto o Senhor Caitanya estava no ventre de Śacīmātā, Jagannātha Miśra recebeu todas essas provisões sem pedi-las. Devido à presença do Senhor em sua família, todos prestavam-lhe os devidos respeitos como a um brāhmaṇa. Em outras palavras, se um brāhmaṇa ou vaiṣṇava se fixar em sua posição como servo eterno do Senhor e cumprir a vontade do Senhor não terá escassez de provisões para sua manutenção pessoal ou para as necessidades de sua família.

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