VERSO 200
sei haite jihvā mora bale ‘hari’ ‘hari’
icchā nāhi, tabu bale, — ki upāya kari
sei haite — desde essa época; jihvā — língua; mora — minha; bale — diz; hari hari — a vibração “Hari, Hari”; icchā — desejo; nāhi — não há nenhum; tabu — não obstante; bale — diz; ki — que; upāya — meio; kari — posso fazer.
“‘Desde essa época, minha língua também sempre vibra o som ‘Hari, Hari’. Não tenho desejo de dizê-lo, mas, ainda assim, minha língua o diz. Não sei o que fazer.’”
SIGNIFICADO—Às vezes, descrentes demoníacos, não entendendo a potência do santo nome, zombam dos vaiṣṇavas quando estes cantam o mahā-mantra Hare Kṛṣṇa. Essa zombaria também é benéfica para tais pessoas. O Śrīmad-Bhāgavatam, sexto canto, segundo capítulo, verso 14, indica que o cantar do mahā-mantra Hare Kṛṣṇa, mesmo feito jocosamente, no decurso de um diálogo qualquer, para indicar algo estranho, ou feito com negligência, se chama nāmābhāsa, ou seja, o cantar que está quase na fase transcendental. Essa fase nāmābhāsa é melhor do que nāmāparādha. Nāmābhāsa desperta a lembrança suprema do Senhor Viṣṇu. Quem se lembra do Senhor Viṣṇu se livra do gozo material. Assim, avança gradualmente rumo ao transcendental serviço ao Senhor e se torna apto para cantar o santo nome do Senhor na posição transcendental.