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VERSO 165

ātmendriya-prīti-vāñchā — tāre bali ‘kāma’
kṛṣṇendriya-prīti-icchā dhare ‘prema’ nāma

ātma-indriya-prīti — para o prazer dos próprios sentidos; vāñchā — desejos; tāre — para isso; bali — eu digo; kāma — luxúria; kṛṣṇa-indriya-prīti — para o prazer dos sentidos do Senhor Kṛṣṇa; icchā — desejo; dhare — recebe; prema — amor; nāma — o nome.

O desejo de alguém de satisfazer os próprios sentidos é kāma [luxúria], mas o desejo de satisfazer os sentidos do Senhor Kṛṣṇa é prema [amor].

SIGNIFICADO—As escrituras reveladas descrevem o amor puro da seguinte maneira:

sarvathā dhvaṁsa-rahitaṁsaty api dhvaṁsa-kāraṇe
yad bhāva-bandhanaṁ yūnoḥ
sa premā parikīrtitaḥ

“Se há muito motivo para a dissolução de uma relação conjugal e ainda assim tal dissolução não acontece, tal relação de amor íntimo é considerada pura.”

As gopīs predominadas estavam ligadas a Kṛṣṇa por esse amor puro. Para elas, amor sexual baseado em gozo dos sentidos estava fora de cogitação. Sua única ocupação na vida era ver Kṛṣṇa feliz sob todos os aspectos, independentemente de seus próprios interesses pessoais. Elas dedicavam suas almas exclusivamente à satisfação de Śrī Kṛṣṇa, a Personalidade de Deus. Não havia a menor mácula de amor sexual entre as gopīs e Kṛṣṇa.

O autor do Śrī Caitanya-caritāmṛta afirma com autoridade que amor sexual é uma questão de gozo pessoal dos sentidos. Todos os princípios reguladores apresentados nos Vedas, relativos a desejos de popularidade, paternidade, riqueza e assim por diante, são diferentes fases de gozo dos sentidos. Pode-se executar atos de gozo dos sentidos sob o disfarce de bem-estar público, nacionalismo, religião, altruísmo, códigos éticos, códigos bíblicos, diretrizes salutares, ação fruitiva, timidez, tolerância, conforto pessoal, liberação do cativeiro material, progresso, afeição familiar, temor ao ostracismo social ou punição legal, mas todas essas categorias são diferentes subdivisões de uma substância única – gozo dos sentidos. Todas essas boas ações são executadas basicamente com vistas ao próprio gozo dos sentidos, pois ninguém pode sacrificar seu interesse pessoal enquanto desempenha esses tão apregoados princípios morais e religiosos. Porém, acima de tudo isso, há uma fase transcendental, em que sentimos que somos apenas servos eternos de Kṛṣṇa, a Personalidade de Deus absoluta. Todos os atos executados com esse sentido de servidão chamam-se amor puro a Deus, pois executam-se para o absoluto gozo dos sentidos de Śrī Kṛṣṇa. Contudo, qualquer ato executado com o objetivo de gozar de seus frutos ou resultados é um ato de gozo dos sentidos. Tais ações são visíveis ora em formas grosseiras, ora em formas sutis.

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