VERSO 104
tomāra vacana śuni’ juḍāya śravaṇa
tomāra mādhurī dekhi’ juḍāya nayana
tomāra — Tuas; vacana — palavras; śuni’ — ouvindo; juḍāya — muito satisfeitos; śravaṇa — recepção auditiva; tomāra — Teu; mādhurī — néctar; dekhi’ — ver; juḍāya — satisfaz; nayana — nossos olhos.
“Querido Caitanya Mahāprabhu”, disseram eles, “para dizer-Te a verdade, estamos muito satisfeitos em ouvir Tuas palavras, e, além disso, as características de Teu corpo são tão agradáveis que sentimos satisfação extraordinária em ver-Te.”
SIGNIFICADO—Nos śāstras, se diz:
ataḥ śrī-kṛṣṇa-nāmādi
na bhaved grāhyam indriyaiḥ
sevonmukhe hi jihvādau
svayam eva sphuraty adaḥ
“Não é possível compreender a Suprema Personalidade de Deus, nem Seu nome, forma, qualidades ou parafernália, mas, se alguém presta serviço ao Senhor, Ele Se revela.” (Bhakti-rasāmṛta-sindhu 1.2.234) Pode-se ver aqui o efeito do serviço prestado a Nārāyaṇa pelos sannyāsīs māyāvādīs. Por terem prestado um pouco de respeito a Śrī Caitanya Mahāprabhu e por serem piedosos e realmente seguirem as austeras regras e regulações de sannyāsa, eles tinham certo entendimento da filosofia vedānta, e, pela graça do Senhor Caitanya Mahāprabhu, puderam apreciar que Ele não era outro senão a Suprema Personalidade de Deus, que é dotada de todas as seis opulências. Uma dessas opulências é Sua beleza. Devido a Seus aspectos corpóreos extraordinariamente belos, os sannyāsīs māyāvādīs reconheceram Śrī Caitanya Mahāprabhu como o próprio Nārāyaṇa. Ele não era um Nārāyaṇa farsante como os daridrā-nārāyaṇas inventados por ditos sannyāsīs.