VERSO 143
kṛṣṇera caraṇe haya yadi anurāga
kṛṣṇa vinu anyatra tāra nāhi rahe rāga
kṛṣṇera — de Kṛṣṇa; caraṇe — aos pés de lótus; haya — fica; yadi — se; anurāga — apego; kṛṣṇa — a Suprema Personalidade de Deus; vinu — sem; anyatra — qualquer outro lugar; tāra — seu; nāhi — lá não; rahe — permanece; rāga — apego.
“Se alguém desenvolve seu amor por Deus e se apega aos pés de lótus de Kṛṣṇa, gradualmente perde seu apego por todo o resto.”
SIGNIFICADO—Esta é uma forma de testar o avanço em serviço devocional. Como declarado no Śrīmad-Bhāgavatam (11.2.42), bhaktiḥ pareśānubhavo viraktir anyatra ca: em bhakti, o único apego do devoto é Kṛṣṇa. Ele não deseja mais manter seus apegos a quaisquer outras coisas. Embora os filósofos māyāvādīs sejam supostamente muito avançados no caminho da liberação, vemos que, após algum tempo, eles descem a atividades políticas e filantrópicas. Muitos grandes sannyāsīs que eram supostamente liberados e muito avançados têm caído novamente em atividades materialistas, embora abandonassem este mundo por julgá-lo mithyā (falso). Contudo, ao desenvolver-se em serviço devocional, o devoto não tem mais apegos a semelhantes atividades filantrópicas. Sua única inspiração é para servir ao Senhor, e ele dedica toda a sua vida a tal serviço. Essa é a diferença entre filósofos vaiṣṇavas e māyāvādīs. Portanto, o serviço devocional é prático, ao passo que a filosofia māyāvāda não passa de especulação mental.