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VERSO 144

pañcama puruṣārtha sei prema-mahādhana
kṛṣṇera mādhurya-rasa karāya āsvādana

pañcama — quinta; puruṣa-artha meta da vida; sei esta; prema amor a Deus; mahādhana — a mais notável riqueza; kṛṣṇera do Senhor Kṛṣṇa; mādhurya — amor conjugal; rasa — doçura; karāya faz com que; āsvādana saboreie.

“O amor a Deus é tão elevado que é considerado a quinta meta da vida humana. Quem desperta seu amor por Deus pode alcançar a plataforma de amor conjugal, saboreando-o mesmo no decorrer da presente vida.”

SIGNIFICADO—Os filósofos māyāvādīs consideram que a meta máxima de perfeição é a liberação (mukti), que é a quarta plataforma de perfeição. De um modo geral, as pessoas têm noção de quatro metas principais da vida – religiosidade (dharma), desenvolvimento econômico (artha), gozo dos sentidos (kāma) e, por fim, liberação (mokṣa) –, mas o serviço devocional encontra-se na plataforma superior à liberação. Em outras palavras, quem é realmente liberado (mukta) pode entender o significado de amor a Deus (kṛṣṇa-prema). Enquanto ensinava a Rūpa Gosvāmī, Śrī Caitanya Mahāprabhu afirmou que koṭi-mukta-madhye ‘durlabha’ eka kṛṣṇa-bhakta: “De milhões de pessoas liberadas, talvez uma torne-se devota do Senhor Kṛṣṇa.”

O filósofo māyāvādī mais elevado pode ascender à plataforma da liberação, mas kṛṣṇa-bhakti, serviço devocional a Kṛṣṇa, é transcendental a tal liberação. Śrīla Vyāsadeva explica esse fato no Śrīmad-Bhāgavatam (1.1.2):

dharmaḥ projjhita-kaitavo ’tra paramo nirmatsarāṇāṁ satāṁ
vedyaṁ vāstavam atra vastu śiva-daṁ tāpa-trayonmūlanam

“Rejeitando por completo todas as religiões que sejam materialmente motivadas, o Bhāgavta Purāṇa propõe a verdade máxima, que é compreensível pelos devotos que são puros de coração. A verdade máxima é a realidade, distinta da ilusão, para o benefício de todos. Essa verdade elimina as três misérias.” O Śrīmad-Bhāgavatam, a explicação do Vedānta-sūtra, destina-se aos paramo nirmat-sarāṇām, ou seja, aqueles que são inteiramente livres da inveja. Os filósofos māyāvādīs invejam a existência da Personalidade de Deus. Portanto, na realidade, o Vedānta-sūtra não se destina a eles. Eles desnecessariamente metem seus narizes no Vedānta-sūtra, mas não têm capacidade de compreendê-lo porque o autor do Vedānta-sūtra escreve em seu comentário, o Śrīmad-Bhāgavatam, que esta obra é para aqueles que são puros de coração (paramo nirmat-sarāṇām). Se alguém tem inveja de Kṛṣṇa, como poderá compreender o Vedānta-sūtra ou o Śrīmad-Bhāgavatam? A ocupação básica dos māyāvādīs é ofender a Suprema Personalidade de Deus, Kṛṣṇa. Por exemplo, embora Kṛṣṇa exija nossa rendição na Bhagavad-gītā, o maior estudioso e suposto filósofo na Índia protesta que “não é a Kṛṣṇa” que devemos nos render. Portanto, ele é invejoso. Como os māyāvādīs de todas as diferentes espécies têm inveja de Kṛṣṇa, eles não têm competência para entender o significado do Vedānta-sūtra. Mesmo que estivessem na plataforma liberada, como afirmam falsamente, aqui Kṛṣṇadāsa Kavirāja Gosvāmī repete a afirmação de Śrī Caitanya Mahāprabhu, de que o amor a Kṛṣṇa está além do estado da liberação.

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