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VERSO 146

sambandha, abhidheya, prayojana nāma
ei tina artha sarva-sūtre paryavasāna

sambandha — relação; abhidheya — deveres funcionais; prayojana a meta da vida; nāma nome; ei lá; tina três; artha significado; sarva todos; sūtre — nos códigos do Vedānta; paryavasāna — auge.

“Nossa relação com a Suprema Personalidade de Deus, nossas atividades em função desta relação e a meta última da vida [desenvolver amor por Deus] – esses três assuntos são explicados em cada código do Vedānta-sūtra, pois eles formam o auge de toda a filosofia vedānta.”

SIGNIFICADO—No Śrīmad-Bhāgavatam (5.5.5), se diz:

parābhavas tāvad abodha-jāto
yāvan na jijñāsata ātma-tattvam

Um ser humano se vê frustrado em todas as suas atividades enquanto não conheça a meta da vida, que pode ser compreendida quando se é inquisitivo sobre Brahman. É tal indagação que inicia o Vedānta-sūtra: athato brahma-jijñāsā. O ser humano deve investigar para saber quem ele é, o que é o universo, o que é Deus e qual é a relação entre ele próprio, Deus e o mundo material. Cães e gatos não podem fazer tais perguntas, mas elas surgem com certeza no coração de um ser humano autêntico. Conhecimento desses quatro itens – a saber, de si próprio, do universo, de Deus e da relação interna deles –  chama-se sambandha-jñāna, ou seja, conhecimento da relação de cada um com os outros itens. Ao estabelecer-se a relação de alguém com o Senhor Supremo, o próximo programa é agir segundo essa relação. Isso se chama abhidheya, ou atividade relacionada com o Senhor. Após executar esses deveres prescritos, quando alguém alcança a meta máxima da vida, amor a Deus, atinge prayojana-siddhi, ou a realização de sua missão humana. No Brahma-sūtra, ou Vedānta-sūtra, esses assuntos são explicados com muito cuidado. Portanto, aquele que não compreende o Vedānta-sūtra em termos desses princípios só faz perder seu tempo. Esta é a versão do Śrīmad-Bhāgavatam (1.2.8):

dharmaḥ sv-anuṣṭhitaḥ puṁsāṁ
viṣvaksena-kathāsu yaḥ
notpādayed yadi ratiṁ
śrama eva hi kevalam

Talvez alguém seja muito erudito e execute seu dever prescrito muito bem, mas, se não indaga acerca da Suprema Personalidade de Deus e é indiferente a śravaṇaṁ kīrtanam (ouvir e cantar), tudo o que ele faz não passa de mera perda de tempo. Os filósofos māyāvādīs, que não entendem a relação entre eles próprios, a manifestação cósmica e a Suprema Personalidade de Deus, simplesmente perdem seu tempo, e a especulação filosófica deles não tem valor algum.

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