VERSO 23
pātrāpātra-vicāra nāhi, nāhi sthānāsthāna
yei yāṅhā pāya, tāṅhā kare prema-dāna
pātra — receptivo; apātra — não receptivo; vicāra — consideração; nāhi — não há nenhuma; nāhi — não há nenhuma; sthāna — local favorável; asthāna — local desfavorável; yei — qualquer pessoa; yāṅhā — onde quer que; pāya — tem a oportunidade; tāṅhā — somente ali; kare — faz; prema-dāna — distribuição do amor a Deus.
Ao distribuir o amor a Deus, Caitanya Mahāprabhu e Seus associados não levavam em conta quem era candidato apto e quem não era, nem onde tal distribuição deveria ou não acontecer. Eles não impunham condições. Onde quer que tivessem a oportunidade, os membros do Pañca-tattva distribuíam amor a Deus.
SIGNIFICADO—Há alguns patifes que ousam falar contra a missão do Senhor Caitanya, criticando o movimento para a consciência de Kṛṣṇa por aceitar europeus e americanos como brāhmaṇas e oferecer-lhes sannyāsa. Mas eis aqui uma afirmação autorizada de que, ao distribuirmos o amor a Deus, não devemos considerar se os recebedores são europeus, americanos, hindus, muçulmanos, etc. O movimento para a consciência de Kṛṣṇa deve ser difundido onde quer que seja possível, e deve-se aceitar aqueles que assim se tornam vaiṣṇavas como superiores a brāhmaṇas, hindus ou indianos. Śrī Caitanya Mahāprabhu desejou que Seu nome fosse difundido em cada vila e cidade na superfície do globo. Portanto, se o culto de Caitanya Mahāprabhu está sendo difundido em todo o mundo, deveriam aqueles que o abraçaram não ser aceitos como vaiṣṇavas, brāhmaṇas e sannyāsīs? Esses argumentos tolos são às vezes levantados por patifes invejosos, mas os devotos conscientes de Kṛṣṇa não se importam com eles. Seguimos estritamente os princípios estabelecidos pelo Pañca-tattva.