VERSO 56
ei dhuyā-gāne nācena dvitīya prahara
kṛṣṇa lañā vraje yāi — e-bhāva antara
ei dhuyā-gāne — na repetição desta canção; nācena — Ele dança; dvitīya prahara — o segundo período do dia; kṛṣṇa lañā — apoderando-Me de Kṛṣṇa; vraje yāi — vou voltar a Vṛndāvana; e-bhāva — este êxtase; antara — dentro.
O Senhor Caitanya Mahāprabhu costumava cantar esta canção [seita parāṇa-nātha] especialmente durante a última parte do dia, e pensava: “Vou apoderar-Me de Kṛṣṇa e voltar para Vṛndāvana.” Seu coração vivia imerso nesse êxtase.
SIGNIFICADO—Estando sempre absorto no êxtase de Śrīmatī Rādhārāṇī, Śrī Caitanya Mahāprabhu sentia a mesma saudade de Kṛṣṇa que Śrīmatī Rādhārāṇī sentia quando Kṛṣṇa partiu de Vṛndāvana e foi para Mathurā. Esse sentimento de êxtase muito ajuda na obtenção do amor a Deus em saudade. Śrī Caitanya Mahāprabhu ensina a todos que não se deve ansiar excessivamente por ver o Senhor, mas deve-se, antes, sentir saudades dEle em êxtase. Na verdade, é melhor sentir saudades dEle do que desejar vê-lO face a face. Quando as gopīs de Vṛndāvana, residentes de Gokula, encontraram-se com Kṛṣṇa em Kurukṣetra durante o eclipse solar, elas quiseram levar Kṛṣṇa de volta para Vṛndāvana. Śrī Kṛṣṇa Caitanya Mahāprabhu também sentia o mesmo êxtase assim que via Jagannātha no templo ou no carro de Ratha-yātrā. As gopīs de Vṛndāvana não gostavam da opulência de Dvārakā. Elas queriam levar Kṛṣṇa para a vila Vṛndāvana e gozar de Sua companhia nos bosques. Śrī Caitanya Mahāprabhu também sentia esse desejo e dançava em êxtase perante o carro do festival de Ratha-yātrā quando o Senhor Jagannātha ia para Guṇḍicā.