VERSO 58
yaḥ kaumāra-haraḥ sa eva hi varas tā eva caitra-kṣapās
te conmīlita-mālatī-surabhayaḥ prauḍhāḥ kadambānilāḥ
sā caivāsmi tathāpi tatra surata-vyāpāra-līlā-vidhau
revā-rodhasi vetasī-taru-tale cetaḥ samutkaṇṭhate
yaḥ — a mesma pessoa que; kaumāra-haraḥ — o ladrão de meu coração durante a juventude; saḥ — ele; eva hi — decerto; varaḥ — amante; tāḥ — estas; eva — com certeza; caitra-kṣapāḥ — noites enluaradas do mês de Caitra; te — aquelas; ca — e; unmīlita — frutificaram; mālatī — de flores mālatī; surabhayaḥ — fragrâncias; prauḍhāḥ — cheias; kadamba — com a fragrância da flor kadamba; anilāḥ — as brisas; sā — aquela; ca — também; eva — decerto; asmi — sou; tathā api — ainda; tatra — ali; surata-vyāpāra — em transações íntimas; līlā — de passatempos; vidhau — à maneira; revā — do rio chamado Revā; rodhasi — às margens; vetasī — chamada Vetasī; taru-tale — debaixo da árvore; cetaḥ — minha mente; samutkaṇṭhate — muito anseia ir.
“Essa mesmíssima personalidade que roubou meu coração durante minha juventude agora é novamente meu amo. Estas são as mesmas noites enluaradas do mês de Caitra. Emana a mesma fragrância de flores mālatī, e da floresta de kadamba sopram as mesmas doces brisas. Em nossa relação íntima, sou também a mesma amante. Minha mente, todavia, ainda não está feliz aqui. Anseio voltar àquele local, às margens do Revā, debaixo da árvore Vetasī. Esse é o meu desejo.”
SIGNIFICADO—Este verso aparece no Padyāvalī (386), de Śrīla Rūpa Gosvāmī.