VERSO 29
vaṁśī-gānāmṛta-dhāma, lāvaṇyāmṛta-janma-sthāna,
ye nā dekhe se cāṅda vadana
se nayane kibā kāja, paḍuka tāra muṇḍe vāja,
se nayana rahe ki kāraṇa
vaṁśī-gāna-amṛta-dhāma — a morada do néctar oriundo das canções da flauta; lāvaṇya-amṛta-janma-sthāna — a terra natal do néctar da beleza; ye — qualquer pessoa que; nā — não; dekhe — veja; se — este; cāṅda — como a Lua; vadana — rosto; se — esses; nayane — olhos; kibā kāja — de que servem; paḍuka — que haja; tāra — sua; muṇḍe — na cabeça; vāja — raio; se — esses; nayana — olhos; rahe — mantém; ki — qual; kāraṇa — razão.
“De que servem os olhos de alguém que não vê o rosto de Kṛṣṇa, que se assemelha à Lua e é a terra natal de toda beleza e o reservatório das canções nectáreas de Sua flauta? Oh! Que um raio parta a sua cabeça! Por que ele mantém semelhantes olhos?”
SIGNIFICADO—O rosto de Lua de Kṛṣṇa é o reservatório de canções nectáreas e a morada de Sua flauta. É também a fonte de toda a beleza corpórea. Caso os olhos das gopīs não se ocupem em apreciar o belo rosto de Kṛṣṇa, elas julgam que é melhor que sejam atingidas por um raio. Para as gopīs, ver algo além de Kṛṣṇa não é interessante, senão que é, na verdade, detestável. As gopīs nunca se satisfazem em ver nada senão Kṛṣṇa. O único alívio para seus olhos é o belo rosto de Lua de Kṛṣṇa, o objeto de adoração de todos os sentidos. Não podendo ver o belo rosto de Kṛṣṇa, elas realmente veem tudo vazio, e desejam ser atingidas por um raio. Elas não encontram nenhuma razão para manterem seus olhos quando estes estão destituídos da beleza de Kṛṣṇa.