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VERSO 5

vipruṣmatā viṣadormi-
mārutenābhimarśitāḥ
mriyante tīra-gā yasya
prāṇinaḥ sthira-jaṅgamāḥ

vipruṭ-matā — o qual continha gotículas de água; viṣa-da — venenosas; ūrmi — (tendo tocado) as ondas; mārutena — pelo vento; abhi­marśitāḥ — contatadas; mriyante — morriam; tīra-gāḥ — presentes na margem; yasya — do qual; prāṇinaḥ — todas as entidades vivas; sthira-­jaṅgamāḥ — tanto as inertes quanto as móveis.

O vento que soprava sobre aquele lago mortífero levava gotí­culas de água para a margem. Pelo simples contato com aquela brisa venenosa, toda a vegetação e criaturas da orla morriam.

SIGNIFICADOA palavra sthira, “criaturas inertes”, refere-se a várias espécies de vegetação, incluindo as árvores, e jaṅgama refere-se às criatu­ras móveis, tais como bestas, répteis, aves e insetos. Śrīla Śrīdhara Svāmī citou outra descrição desse lago tirada do Śrī Hari-vaṁśa (Viṣṇu-parva 11.42, 44 e 46):

dīrghaṁ yojana-vistāraṁ
dustaraṁ tridaśair api
gambhīram akṣobhya-jalaṁ
niṣkampam iva sāgaram

duḥkhopasarpaṁ tīreṣu
sa-sarpair vipulair bilaiḥ
viṣāraṇi-bhavasyāgner
dhūmena pariveṣṭitam

tṛṇeṣv api patatsv apsu
jvalantam iva tejasā
samantād yojanaṁ sāgraṁ
tīreṣv api durāsadam

“O lago era bem grande – treze quilômetros de um lado a outro em alguns pontos – e nem mesmo os semideuses podiam atravessá-lo. A água do lago era muito profunda e, como as profundezas inalterá­veis do oceano, não podia ser agitada. Era difícil aproximar-se do lago, pois suas margens tinham muitos buracos, onde viviam serpen­tes. Por toda parte do lago, havia uma neblina gerada pelo fogo do veneno das serpentes; esse fogo poderoso queimava de imediato toda folha de relva que por acaso caísse na água. Até a distância de treze quilômetros do lago, a atmosfera era muito desagradável.”

Śrīla Sanātana Gosvāmī afirma que, por meio da ciência mística de jala-stambha, criar objetos sólidos a partir da água, Kāliya construíra sua própria cidade dentro do lago.

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