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VERSO 23

kṣut-tṛḍ-vyathāṁ sukhāpekṣāṁ
hitvā tair vraja-vāsibhiḥ
vīkṣyamāṇo dadhārādriṁ
saptāhaṁ nācalat padāt

kṣut — da fome; tṛṭ — e sede; vyathām — a dor; sukha — da felicidade pessoal; apekṣām — toda a consideração; hitvā — deixando de lado; taiḥ — por eles; vraja-vāsibhiḥ — os residentes de Vraja; vīkṣyamāṇaḥ — sendo olhado; dadhāra — Ele segurou; adrim — a montanha; sapta-­aham — durante sete dias; na acalat — não Se mexeu; padāt — daquele lugar.

Esquecendo a fome e a sede e deixando de lado toda consideração acerca de prazeres pessoais, o Senhor Kṛṣṇa ficou de pé sustentando a colina durante sete dias enquanto o povo de Vraja O contemplava.

SIGNIFICADOSegundo o Viṣṇu Purāṇa:

vrajaika-vāsibhir harṣa-
vismitākṣair niṛīkṣitaḥ
gopa-gopī-janair hṛṣṭaiḥ
prīti-visphāritekṣaṇaiḥ
saṁstūyamāna-caritaḥ
kṛṣṇaḥ śailam adhārayat

“O Senhor Kṛṣṇa sustentava a montanha enquanto Seus louvores eram cantados pelos residentes de Vraja, todos os quais agora tinham a oportunidade de morar junto com Ele e que O contemplavam com olhares alegres e maravilhados. Desse modo, todos os vaqueiros e suas esposas estavam contentíssimos e, devido à afeição amorosa, esta­vam de olhos arregalados.”

Devido ao contínuo beber do néctar da beleza e doçura de Śrī Kṛṣṇa, os residentes de Vṛndāvana não sentiam fome, sede nem can­saço, e o Senhor Kṛṣṇa, por ver as belas formas deles, também Se esqueceu de comer, beber e dormir. Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhā­kura ressalta que sete dias de chuva contínua proveniente das nuvens Sāṁvartaka não foram suficientes para inundar o distrito de Mathurā porque o Senhor Supremo, apenas mediante Sua potência, secava de imediato a água à medida que ela caía no chão. Assim, o passatempo em que Kṛṣṇa ergue a colina Govardhana é repleto de detalhes fascinantes e permanece por milhares de anos como um de Seus mais fa­mosos passatempos.

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