VERSO 31
etau hi viśvasya ca bīja-yonī
rāmo mukundaḥ puruṣaḥ pradhānam
anvīya bhūteṣu vilakṣaṇasya
jñānasya ceśāta imau purāṇau
etau — estes dois; hi — de fato; viśvasya — do universo; ca — e; bīja — a semente; yonī — e o ventre; rāmaḥ — o Senhor Balarāma; mukundaḥ — o Senhor Kṛṣṇa; puruṣaḥ — o Senhor criador; pradhānam — Sua energia criadora; anvīya — entrando; bhūteṣu — dentro de todos os seres vivos; vilakṣaṇasya — confuso ou percebendo; jñānasya — conhecimento; ca — e; īśāte — controlam; imau — Eles; purāṇau — primordiais.
Estes dois Senhores, Mukunda e Balarāma, são cada qual a semente e o ventre do universo, o criador e Sua potência criadora. Eles entram no coração dos seres vivos e controlam sua consciência condicionada. E são os Supremos primordiais.
SIGNIFICADO—A palavra vilakṣaṇa significa ou “percebendo distintamente” ou “confuso”, dependendo da acepção atribuída ao prefixo vi segundo o contexto. No caso de almas iluminadas, vilakṣaṇa significa “que percebe a distinção correta entre o corpo e a alma”, e assim o Senhor Kṛṣṇa, como o indica a palavra īśāte, guia a alma que avança espiritualmente. O outro sentido de vilakṣaṇa – “confuso” ou “perplexo” – aplica-se claramente àqueles que não compreenderam a diferença entre a alma e o corpo, ou a distinção entre a alma individual e a Alma Suprema. Tais seres vivos confusos não voltam ao lar, ao Supremo, ao mundo espiritual eterno, senão que alcançam destinos temporários segundo as leis da natureza.
Compreende-se por meio de toda a literatura vaiṣṇava que Śrī Rāma, Balarāma, que aqui acompanha o Senhor Kṛṣṇa, não é diferente dEle, por ser Sua expansão plenária. O Senhor é um só, mas, ainda assim, Ele Se expande, de modo que o Senhor Balarāma de maneira nenhuma compromete o princípio do monoteísmo.