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VERSO 15

divi bhuvi ca rasāyāṁ kāḥ striyas tad-durāpāḥ
kapaṭa-rucira-hāsa-bhrū-vijṛmbhasya yāḥ syuḥ
caraṇa-raja upāste yasya bhūtir vayaṁ kā
api ca kṛpaṇa-pakṣe hy uttamaḥ-śloka-śabdaḥ

divi — na região celestial; bhuvi — na terra; ca — e; rasāyām — na esfera subterrânea; — que; striya — mulheres; tat — por Ele; durāpā — indisponíveis; kapaa — enganadores; rucira — fascinantes; hāsa — com sorrisos; bhrū — de cujas sobrancelhas; vijmbhasya — o arquear; — que; syu — se tornam; caraa — dos pés; raja — a poeira; upāste — adora; yasya — de quem; bhūti — a deusa da fortuna, esposa do Senhor Nārāyaṇa; vayam — nós; — quem; api ca — não obstante; kpaa-pake — para aqueles que são desventurados; hi — de fato; uttama-śloka — o Senhor Supremo, que é glorificado pelas orações mais sublimes; śabda — o nome.

No céu, na Terra ou na esfera subterrânea, que mulheres não Lhe são acessíveis? Basta Ele arquear as sobrancelhas e sorrir com fascínio enganador que todas elas se tornam Suas. Visto que a própria deusa suprema adora a poeira de Seus pés, qual é a nossa posição em comparação com a dela? Mas pelo menos aqueles que são desventurados podem cantar Seu nome, Uttamaḥśloka.

SIGNIFICADO—Śrīla Viśvanātha Cakravartī afirma que o discurso de Rādhārāṇī, expressando todos os sentimentos da amante desapontada, indica uma intensidade de amor por Śrī Kṛṣṇa que ultrapassa até a da deusa da fortuna. Embora todas as gopīs sejam perfeitamente compatíveis com Śrī Kṛṣṇa em termos de sua beleza, temperamento etc., Śrīmatī Rādhārāṇī destaca-Se ainda mais quanto a esses atributos. Em Seu estado de desamparo, Rādhārāṇī indica a Kṛṣṇa: “Chamam-Te de Uttamaḥśloka porque és misericordioso com os desventurados e caídos, mas, se fosses misericordioso coMigo, então realmente merecerias esse enaltecido nome.”

Śrīla Viśvanātha Cakravartī assinala ainda que, neste verso, Śrīmatī Rādhārāṇī exprime Seu despeito nascido do orgulho, acusa Kṛṣṇa de ser um enganador e acha defeito no comportamento dEle. Por conseguinte, este verso contém o discurso conhecido como ujjalpa, confor­me se descreve no seguinte verso do Ujjvala-nīlamai (14.188):

hareḥ kuhakatākhyānaṁ
garva-garbhitayerṣyayā
sāsūyaś ca tad-ākṣepo
dhīrair ujjalpa īryate

“A declaração de natureza dúplice a respeito do Senhor Hari em uma atitude de despeito nascido do orgulho, junto com insultos enciuma­dos dirigidos contra Ele, chamam-na os sábios de ujjalpa.”

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