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VERSO 37

śrī-nārada uvāca
dṛṣṭā māyā te bahuśo duratyayā
māyā vibho viśva-sṛjaś ca māyinaḥ
bhūteṣu bhūmaṁś carataḥ sva-śaktibhir
vahner iva cchanna-ruco na me ’dbhutam

śrī-nāradaḥ uvāca — Śrī Nārada disse; dṛṣṭā — visto; mayā — por mim; te — Teu; bahuśaḥ — muitas vezes; duratyayā — insuperável; māyā — poder de ilusão; vibho — ó onipotente; viśva — do universo; sṛjaḥ — do criador (o senhor Brahmā); ca — e; māyinaḥ — do desorientador (Tu); bhūteṣu — entre os seres criados; bhūman — ó Tu que en­globas tudo; carataḥ — (de Ti) que Te moves; sva — Tuas; śaktibhiḥ — pelas energias; vahneḥ — do fogo; iva — como; channa — coberta; ru­caḥ — cuja luz; na — não; me — para mim; adbhutam — surpreendente.

Śrī Nārada disse: Tenho visto muitas vezes o insuperável poder de Tua māyā, ó Onipotente, com a qual confundes até mesmo Brahmā, o criador do universo. Ó Senhor em quem tudo repou­sa, não me surpreende que Te disfarces com Tuas próprias ener­gias enquanto Te moves entre os seres criados, assim como o fogo cobre sua própria luz com fumaça.

SIGNIFICADO—Quando o Senhor Kṛṣṇa perguntou a Nārada Muni sobre as intenções dos Pāṇḍavas, o sábio respondeu que o próprio Senhor é todo-poderoso e onisciente, até mesmo a ponto de poder confundir o criador do universo, Brahmā. Nārada compreendeu que o Senhor Kṛṣṇa desejava matar Jarāsandha e, por isso, estava começando a fazer os preparativos para esse passatempo, perguntando a Nārada sobre as intenções dos Pāṇḍavas. Compreendendo a própria intenção do Senhor Kṛṣṇa, Nārada não se admirou quando Ele humildemente lhe pediu informações.

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