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VERSO 9

śrī-satyabhāmovāca
yo me sanābhi-vadha-tapta-hṛdā tatena
liptābhiśāpam apamārṣṭum upājahāra
jitvarkṣa-rājam atha ratnam adāt sa tena
bhītaḥ pitādiśata māṁ prabhave ’pi dattām

śrī-satyabhāmā uvāca — Śrī Satyabhāmā disse; yaḥ — aquele que; me — meu; sanābhi — de meu irmão; vadha — pela morte; tapta — aflito; hṛdā — cujo coração; tatena — por meu pai; lipta — manchado; abhi­śāpam — com condenação; apamārṣṭum — para limpar; upājahāra — re­moveu; jitvā — após derrotar; ṛkṣa-rājam — o rei dos ursos, Jāmbavān; atha — então; ratnam — a joia (Syamantaka); adāt — deu; saḥ — Ele; tena — por causa disso; bhītaḥ — com medo; pitā — meu pai; adiśa­ta — ofereceu; mām — a mim; prabhave — ao Senhor; api — embora; dattām — já dada.

Śrī Satyabhāmā disse: Meu pai, com seu coração atormentado pelo assassinato de meu irmão, culpou o Senhor Kṛṣṇa do crime. Para eliminar a mácula de Sua reputação, o Senhor derrotou o rei dos ursos e recuperou a joia Syamantaka, a qual, então, devol­veu a meu pai. Temendo as consequências de sua ofensa, meu pai ofereceu-me ao Senhor, embora eu já tivesse sido prometida a outros.

SIGNIFICADO—Como se descreveu no capítulo 56 deste canto, o rei Satrājit já se comprometera ao prometer a mão de sua filha primeiro a Akrūra e, depois, a muitos outros pretendentes. Contudo, depois da devolu­ção da joia Syamantaka, ele se sentiu impelido pela vergonha a ofe­recê-la ao Senhor Kṛṣṇa em vez de aos outros. Segundo Śrīla Śrīdhara Svāmī, a palavra prabhave (“ao Senhor”) responde a qualquer dú­vida sobre a propriedade de oferecer a Kṛṣṇa uma noiva que já fora prometida a outros. É perfeitamente apropriado oferecer-Lhe tudo o que se tem, e impróprio recusar-se a dar-Lhe algo.

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