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VERSOS 14-17

tan niśamyātha munayo
vismitā mukta-saṁśayāḥ
bhūyāṁsaṁ śraddadhur viṣṇuṁ
yataḥ śāntir yato ’bhayam

dharmaḥ sākṣād yato jñānaṁ
vairāgyaṁ ca tad-anvitam
aiśvaryaṁ cāṣṭadhā yasmād
yaśaś cātma-malāpaham

munīnāṁ nyasta-daṇḍānāṁ
śāntānāṁ sama-cetasām
akiñcanānāṁ sādhūnāṁ
yam āhuḥ paramāṁ gatim

sattvaṁ yasya priyā mūrtir
brāhmaṇās tv iṣṭa-devatāḥ
bhajanty anāśiṣaḥ śāntā
yaṁ vā nipuṇa-buddhayaḥ

tat — isto; niśamya — ouvindo; atha — então; munayaḥ — os sábios; vismitāḥ — atônitos; mukta — livres; saṁśayāḥ — de suas dúvidas; bhūyāṁsam — como o maior; śraddadhuḥ — depositaram sua fé; viṣṇum — no Senhor Viṣṇu; yataḥ — de quem; śāntiḥ — paz; yataḥ — de quem; abhayam — destemor; dharmaḥ — religião; sākṣāt — em suas manifestações diretas; yataḥ — de quem; jñānam — conhecimento; vairāgyam — desapego; ca — e; tat — ele (conhecimento); anvitam — incluindo; aiśvaryam — o poder místico (alcançado pela prática de yoga); ca — e; aṣṭadhā — óctuplo; yasmāt — de quem; yaśaḥ — Sua fama; ca — também; ātma — da mente; mala — a contaminação; apaham — que erra­dica; munīnām — dos sábios; nyasta — que abandonaram; daṇḍānām — a violência; śāntānām — pacíficos; sama — equilibradas; cetasām — cujas mentes; akiñcanānām — abnegados; sādhūnām — santos; yam — quem; āhuḥ — chamam; paramām — o supremo; gatim — destino; sattvam — o modo da bondade; yasya — cuja; priyā — favorita; mūrtiḥ — personificação; brāhmaṇāḥ brāhmaṇas; tu — e; iṣṭa — adoradas; devatāḥ — deidades; bhajanti — adoram; anāśiṣaḥ — sem segundas intenções; śāntāḥ — aqueles que alcançaram a paz espiritual; yam — quem; — de fato; nipuṇa — hábeis; buddhayaḥ — cujas faculdades de inteligência.

Atônitos ao ouvirem a narração de Bhṛgu, os sábios livra­ram-se de todas as dúvidas e se convenceram de que Viṣṇu é o Senhor mais grandioso. A partir dEle, vêm a paz, o destemor, os princípios essen­ciais da religião, o desapego com conhecimento, os oito poderes do yoga místico e Sua glorificação, o que expurga da mente todas as impurezas. Ele é conhecido como o destino supremo daqueles que são serenos e equilibrados – os santos abnegados e sábios que abandonaram toda a violência. Sua forma mais querida é a da bondade pura, e os brāhmaṇas são Suas deidades adoráveis. Pessoas de inteligência perspicaz que atingiram a paz espiritual adoram-nO sem motivações egoístas.

SIGNIFICADO—Por se devotar à Personalidade de Deus, a pessoa alcança com facilidade conhecimento divino e desapego do gozo dos sentidos, sem esforço extrínseco. Como se descreve no décimo primeiro canto do Śrīmad-Bhāgavatam (11.2.42):

bhaktiḥ pareśānubhavo viraktir
anyatra caiṣa trika eka-kālaḥ
prapadyamānasya yathāśnataḥ syus
tuṣṭiḥ puṣṭiḥ kṣud-apāyo ’nu-ghāsam

“Devoção, percepção direta do Senhor Supremo e desapego de outras coisas – esses três itens ocorrem simultaneamente para quem se refugia na Suprema Personalidade de Deus, da mesma maneira que, para alguém ocupado em comer, o prazer, a nutrição e o alívio da fome acontecem de forma simultânea e crescente, a cada punhado de comida.” No primeiro canto (1.2.7), Śrīla Sūta Gosvāmī afirma algo semelhante:

vāsudeve bhagavati
bhakti-yogaḥ prayojitaḥ
janayaty āśu vairāgyaṁ
jñānaṁ ca yad ahaitukam

“Aquele que presta serviço devocional à Personalidade de Deus, Śrī Kṛṣṇa, imediatamente adquire conhecimento imotivado e desapego do mundo.­”

O Senhor Śrī Kapila, em Suas instruções à Sua mãe, Devahūti, propõe que os poderes óctuplos do yoga também são frutos conco­mitantes do serviço devocional:

atho vibhūtiṁ mama māyāvinas tām
aiśvaryam aṣṭāṅgam anupravṛttam
śrīyaṁ bhāgavatīṁ vāspṛhayanti bhadrāṁ
parasya me te ’śnuvate hi loke

“Por estar inteiramente absorto em pensar em Mim, Meu devoto não deseja nem mesmo a mais elevada das bênçãos obteníveis nos siste­mas planetários superiores, incluindo Satyaloka. Ele não deseja as oito perfeições materiais obtidas do yoga místico, nem deseja ser elevado ao reino de Deus. Todavia, mesmo sem desejá-las, Meu devoto desfruta, mesmo nesta vida, de todas as bênçãos oferecidas.” (Śrīmad-Bhāgavatam 3.25.37)

Śrīla Viśvanātha Cakravartī assinala que, no verso 16, denominam-­se três tipos de transcendentalistas: os munis, os śāntas e os sādhus. Esses são, em ordem de importância crescente, as pessoas que se empenham pela liberação, aqueles que alcançaram a liberação, e aqueles que se ocupam em serviço devocional puro ao Senhor Viṣṇu.

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