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VERSO 27

utkṣipta-vālaḥ kha-caraḥ kaṭhoraḥ
saṭā vidhunvan khara-romaśa-tvak
khurāhatābhraḥ sita-daṁṣṭra īkṣā-
jyotir babhāse bhagavān mahīdhraḥ

utkṣipta-vālaḥ — dando chicotadas com a cauda; kha-caraḥ — no céu; kaṭhoraḥ — muito duros; saṭāḥ — pelos nos ombros; vidhunvan — arrepiando; khara — agudos; romaśa-tvak — pele cheia de pelos; khura-āhata — atingidas pelas patas; abhraḥ — as nuvens; sita-daṁṣṭraḥ — presas brancas; īkṣā — olhar; jyotiḥ — luminoso; babhāse — começou a emitir uma refulgência; bhagavān — a Personalidade de Deus; mahī-dhraḥ — o sustentador do mundo.

Antes de entrar na água para resgatar a Terra, o Senhor Javali voou no céu, dando chicotadas com Sua cauda, Seus pelos duros arrepiando-se. Seu próprio olhar era luminoso, e Ele espalhou as nuvens no céu com Suas patas e Suas reluzentes presas brancas.

SIGNIFICADO—Quando os devotos oferecem orações ao Senhor, eles descrevem Suas atividades transcendentais. Eis aqui alguns dos aspectos transcendentais do Senhor Javali. Da maneira como os habitantes dos três sistemas planetários superiores ofereceram suas orações ao Senhor, compreende-se que Seu corpo se expandiu por todo o céu, começando a partir do planeta mais elevado, Brahmaloka, ou Satyaloka. Na Brahma-saṁhitā, afirma-se que Seus olhos são o Sol e a Lua; portanto, Seu próprio olhar sobre o céu era tão iluminador como o Sol ou a Lua. O Senhor é descrito nesta passagem como mahīdhraḥ, que significa ou “grande montanha” ou “o sustentador da Terra”. Em outras palavras, o corpo do Senhor era tão grande e duro como as montanhas dos Himalaias; de outra forma, como seria possível que Ele mantivesse toda a Terra apoiada em Suas presas brancas? O poeta Jayadeva, um grande devoto do Senhor, celebra este incidente em suas orações às encarnações:

vasati daśana-śikhare dharaṇī tava lagnā
śaśini kalaṅka-kaleva nimagnā
keśava dhṛta-śūkara-rūpa jaya jagadīśa hare

“Todas as glórias ao Senhor Keśava [Kṛṣṇa], que apareceu como o javali. A Terra foi mantida entre Suas presas, que pareciam as manchas da Lua.”

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