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VERSO 32

munaya ūcuḥ
ko vām ihaitya bhagavat-paricaryayoccais
tad-dharmiṇāṁ nivasatāṁ viṣamaḥ svabhāvaḥ
tasmin praśānta-puruṣe gata-vigrahe vāṁ
ko vātmavat kuhakayoḥ pariśaṅkanīyaḥ

munayaḥ — os grandes sábios; ūcuḥ — disseram; kaḥ — quem; vām — vós dois; iha — em Vaikuṇṭha; etya — tendo alcançado; bhagavat — da Suprema Personalidade de Deus; paricaryayā — pelo serviço; uccaiḥ — tendo sido desenvolvido pelas ações piedosas passadas; tat-dharmiṇām — dos devotos; nivasatām — residindo em Vaikuṇṭha; viṣamaḥ — discordante; svabhāvaḥ — mentalidade; tasmin — no Senhor Supremo; praśānta-puruṣe — sem ansiedades; gata-vigrahe — sem inimigo algum; vām — de vós dois; kaḥ — quem; — ou; ātma-vat — como vós próprios; kuhakayoḥ — mantendo duplicidade; pariśaṅkanīyaḥ — não se tornando dignos de confiança.

Os sábios disseram: Quem são essas duas pessoas a desenvolverem tão discordante mentalidade, apesar de estarem situados na posição mais elevada de serviço ao Senhor e de terem supostamente desenvolvido as mesmas qualidades que o Senhor? Como essas duas pessoas podem estar vivendo em Vaikuṇṭha? Onde está a possibilidade da vinda de um inimigo a este reino de Deus? A Suprema Personalidade de Deus não tem inimigos. Quem poderia ter inveja dEle? Provavelmente, essas duas pessoas são impostores e, por isso, suspeitam que os outros sejam como eles.

SIGNIFICADO—A diferença entre os habitantes de um planeta Vaikuṇṭha e os de um planeta material é que, em Vaikuṇṭha, todos os residentes ocupam-se a serviço do Senhor em pessoa e estão equipados com todas as Suas boas qualidades. Grandes personalidades têm analisado que, quando uma alma condicionada se liberta e torna-se devota, cerca de setenta e nove por cento de todas as boas qualidades do Senhor desenvolvem-se nela. Portanto, no mundo Vaikuṇṭha não há possibilidade de inimizade entre o Senhor e os residentes. Aqui neste mundo material, talvez os cidadãos sejam hostis com os chefes do executivo ou com os líderes do estado, mas, em Vaikuṇṭha, tal mentalidade não existe. Ninguém tem permissão de entrar em Vaikuṇṭha a não ser que tenha desenvolvido inteiramente as boas qualidades. O princípio básico da bondade é aceitar a subordinação à Suprema Personalidade de Deus. Os sábios, portanto, ficaram surpresos de ver que os dois porteiros que os impediram de entrar no palácio não eram exatamente como os residentes de Vaikuṇṭhaloka. Talvez se diga que o dever do porteiro é determinar quem deve e quem não deve ser admitido no palácio. Porém, isso não é relevante neste caso, visto que ninguém é admitido nos planetas Vaikuṇṭha a menos que tenha desenvolvido cem por cento sua mentalidade de serviço devocional ao Senhor Supremo. Nenhum inimigo do Senhor pode entrar em Vaikuṇṭhaloka. Os Kumāras concluíram que a única razão para os porteiros os impedirem era que os próprios porteiros eram impostores.

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