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VERSO 23

aho bakī yaṁ stana-kāla-kūṭaṁ
jighāṁsayāpāyayad apy asādhvī
lebhe gatiṁ dhātry-ucitāṁ tato ’nyaṁ
kaṁ vā dayāluṁ śaraṇaṁ vrajema

aho — ai de mim; bakī — a demônia (Pūtanā); yam — a quem; stana — de seu seio; kāla — mortal; kūṭam — veneno; jighāṁsayā — por inveja; apāyayat — nutriu; api — embora; asādhvī — infiel; lebhe — atingido; gatim — destino; dhātrī-ucitām — exatamente adequado para a ama; tataḥ — além de quem; anyam — outro; kam — quem mais; — certamente; dayālum — misericordioso; śaraṇam — refúgio; vrajema — tomarei.

Ai de mim! Como poderei me refugiar em alguém mais misericordioso do que aquele que concedeu a posição de mãe a uma demônia [Pūtanā], embora ela fosse infiel e tivesse preparado um veneno mortal para ser sugado de seu seio?

SIGNIFICADO—Aqui está um exemplo da extrema misericórdia do Senhor, mesmo para com Seu inimigo. É dito que um homem nobre aceita as boas qualidades de uma pessoa de caráter duvidoso, assim como se extrai néctar de uma reserva de veneno. Em Sua primeira infância, Pūtanā, uma demônia que tentou matar o maravilhoso bebê, administrou-Lhe veneno mortal. Como ela era uma demônia, foi-lhe impossível saber que o Senhor Supremo, apesar de estar representando o papel de um bebê, era não outro senão a mesma Suprema Personalidade de Deus. Seu valor como o Senhor Supremo não diminuiu por Ele ter Se tornado um bebê para satisfazer Sua devota Yaśodā. Pode ser que o Senhor assuma a forma de um bebê ou uma configuração diferente da de um ser humano, mas isso não faz diferença alguma: Ele sempre é o mesmo Supremo. Uma criatura viva, por mais poderosa que ela possa se tornar por meio de penitências severas, nunca pode se tornar igual ao Senhor Supremo.

O Senhor Kṛṣṇa aceitou a maternidade de Pūtanā porque ela fingiu ser uma mãe afetuosa, permitindo que Kṛṣṇa sugasse seu seio. O Senhor aceita até mesmo a menor qualificação da entidade viva e lhe concede a maior recompensa. Esse é o padrão de Seu caráter. Portanto, quem além do Senhor pode ser o refúgio último?

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