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VERSO 8

durbhago bata loko ’yaṁ
yadavo nitarām api
ye saṁvasanto na vidur
hariṁ mīnā ivoḍupam

durbhagaḥ — desventurado; bata — certamente; lokaḥ — universo; ayam — este; yadavaḥ — a dinastia Yadu; nitarām — mais especificamente; api — também; ye — aqueles; saṁvasantaḥ — vivendo juntos; na — não; viduḥ — entenderam; harim — a Personalidade de Deus; mīnāḥ — os peixes; iva uḍupam — como a Lua.

Este universo, com todos os seus planetas, é muito desventurado. E mais desventurados ainda são os membros da dinastia Yadu, porque eles não puderam identificar o Senhor Hari como sendo a Personalidade de Deus, assim como os peixes não podem identificar a Lua.

SIGNIFICADO—Uddhava lamentou-se pelas pessoas desventuradas do mundo que não puderam reconhecer o Senhor Śrī Κṛṣṇa apesar de terem visto todas as Suas transcendentais qualidades divinas. Desde quando Ele apareceu por trás das barras da prisão do rei Κaṁsa até Sua mausala-līlā, apesar de Ele ter manifestado Suas potências como a Personalidade de Deus nas seis opulências de riqueza, força, fama, beleza, conhecimento e renúncia, as pessoas tolas do mundo não puderam entender que Ele era o Senhor Supremo. Pode ser que os tolos, por não terem tido contato íntimo com o Senhor, tenham-nO considerado uma extraordinária figura histórica, porém, mais desventurados foram os membros da família do Senhor, os membros da dinastia Yadu, que sempre estiveram na companhia do Senhor, mas não foram capazes de reconhecê-lO como a Suprema Personalidade de Deus. Uddhava também se lamentou por sua própria fortuna, porque, embora soubesse que Kṛṣṇa era a Suprema Personalidade de Deus, ele não pôde aproveitar-se devidamente da oportunidade para prestar serviço devocional ao Senhor. Ele deplorava a desventura de todos, inclusive a sua própria desventura. O devoto puro do Senhor considera-se muito desventurado. Isso se deve ao grande amor que ele sente pelo Senhor e é uma das percepções transcendentais de viraha, o sofrimento da saudade.

Aprendemos a partir das escrituras reveladas que a Lua nasceu do oceano de leite. Existe um oceano de leite nos planetas superiores, e ali o Senhor Viṣṇu, que controla o coração de todos os seres vivos como Paramātmā (a Superalma), reside como o Kṣīrodakaśāyī Viṣṇu. Aqueles que não creem na existência do oceano de leite porque têm apenas experiência da água salgada no oceano deviam saber que o mundo também é chamado go, que significa vaca. A urina de uma vaca é salgada, e, de acordo com a medicina aiurvédica, a urina da vaca é muito eficaz no tratamento de pacientes com problemas de fígado. Pode ser que esses pacientes não tenham experiência do leite da vaca porque nunca dão leite de vaca a quem sofre do fígado. Mas a pessoa que sofre do fígado pode saber que a vaca também tem leite, apesar de nunca o ter provado. Analogamente, os homens que só têm experiência deste insignificante planeta onde existe o oceano de água salgada podem aceitar a informação dada nas escrituras reveladas de que também existe um oceano de leite, embora nunca o tenhamos visto. Deste oceano de leite, nasceu a Lua, mas os peixes do oceano de leite não puderam reconhecer que a Lua não era outro peixe e era diferente deles. Os peixes consideraram que a Lua era um deles ou talvez algo luminoso, mas nada mais que isso. As pessoas desventuradas que não reconhecem o Senhor Kṛṣṇa são como esses peixes. Elas pensam que Ele é como uma delas, apesar de ser um pouco extraordinário em opulência, força, etc. A Bhagavad-gītā (9.11) confirma que essas pessoas tolas são muito desventuradas: avajānanti māṁ mūḍhā mānuṣīṁ tanum āśritam.

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