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VERSO 57

sāhaṁ bhagavato nūnaṁ
vañcitā māyayā dṛḍham
yat tvāṁ vimuktidaṁ prāpya
na mumukṣeya bandhanāt

— essa mesma pessoa; aham — eu sou; bhagavataḥ — do Senhor; nūnam — certamente; vañcitā — enganada; māyayā — pela energia ilusória; dṛḍham — solidamente; yat — porque; tvām — tu; vimukti-dam — que proporciona a liberação; prāpya — tendo obtido; na mumukeya — eu não busquei a liberação; bandhanāt — do cativeiro material.

Meu senhor, é certo que tenho sido solidamente enganada pela insuperável energia ilusória da Suprema Personalidade de Deus, pois, apesar de ter obtido tua associação, que proporciona a libertação do cativeiro material, não busquei pela libertação.

SIGNIFICADO—O homem inteligente deve valer-se das boas oportunidades. A primeira oportunidade é a forma humana de vida, e a segunda oportunidade é nascer numa família apropriada, onde haja cultivo de conhecimento espiritual; isto se obtém raramente. A maior oportunidade é obter a associação de uma pessoa santa. Devahūti estava ciente de que nascera como filha de um imperador. Ela era suficientemente educada e culta e, por fim, obteve como esposo Kardama Muni, uma pessoa santa e grande yogī. Mesmo assim, se ela não se libertasse do enredamento da energia material, certamente seria enganada pela insuperável energia ilusória. Na verdade, a energia material ilusória está enganando a todos. As pessoas não sabem o que estão fazendo quando adoram a energia material sob a forma da deusa Kālī, ou Durgā, em troca de dádivas materiais. Elas pedem: “Mãe, dá-me grandes riquezas, dá-me uma boa esposa, dá-me fama, dá-me vitória.” Mas esses devotos da deusa Māyā, ou Durgā, não sabem que ela os está enganando. A conquista material não é realmente conquista, porque, assim que nos deixamos iludir pelas dádivas materiais, enredamo-nos cada vez mais, perdendo a possibilidade de nos libertarmos. Devemos ser inteligentes o bastante para saber como utilizar os bens materiais para o propósito da compreensão espiritual. Isso se chama karma-yoga, ou jñāna-yoga. Qualquer coisa que tenhamos devemos usar a serviço da Pessoa Suprema. A Bhagavad-gītā aconselha que sva-karmaṇā tam abhyarcya: devemos esforçar-nos por adorar a Suprema Personalidade de Deus com nossos bens. Há muitas formas de serviço ao Senhor Supremo, e qualquer pessoa pode prestar-Lhe serviço de acordo com o melhor de sua habilidade.

Neste ponto, encerram-se os Significados Bhaktivedanta do terceiro canto, vigésimo terceiro capítulo, do Śrīmad-Bhāgavatam, intitulado “A Lamentação de Devahūti”.

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