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VERSO 19

daivāt kṣubhita-dharmiṇyāṁ
svasyāṁ yonau paraḥ pumān
ādhatta vīryaṁ sāsūta
mahat-tattvaṁ hiraṇmayam

daivāt — pelo destino das almas condicionadas; kṣubhita — agitada; dharmiṇyām — cujo equilíbrio dos modos; svasyām — Seu próprio; yonau — no ventre (natureza material); paraḥ pumān — a Suprema Personalidade de Deus; ādhatta — fecundada; vīryam — sêmen (Sua potência interna); — ela (natureza material); asūta — dado à luz; mahat-tattvam — o somatório da inteligência cósmica; hiraṇmayam — conhecido como Hiraṇmaya.

Depois que a Suprema Personalidade de Deus fecunda a natureza material com Sua potência interna, a natureza material dá à luz o somatório da inteligência cósmica, que é conhecido como Hiraṇmaya. Isso ocorre com a natureza material quando ela é agitada pelos destinos das almas condicionadas.

SIGNIFICADO—Esta fecundação da natureza material é descrita na Bhagavad-gītā, décimo quarto capítulo, verso 3. O fator primordial da natureza material é o mahat-tattva, ou seja, a fonte produtora de todas as variedades. Essa parte da natureza material, que é chamada de pradhāna, bem como de Brahman, é fecundada pela Suprema Personalidade de Deus e dá à luz variedades de entidades vivas. A natureza material, neste sentido, chama-se Brahman porque é um reflexo pervertido da natureza espiritual.

No Viṣṇu Purāṇa, descreve-se que as entidades vivas pertencem à natureza espiritual. A potência do Senhor Supremo é espiritual, e as entidades vivas, apesar de serem chamadas de potência marginal, também são espirituais. Se as entidades vivas não fossem espirituais, esta descrição da fecundação por parte do Senhor Supremo não seria aplicável. O Senhor Supremo não deposita Seu sêmen em algo que não seja espiritual, mas aqui se afirma que a Pessoa Suprema deposita Seu sêmen na natureza material. Quer dizer que as entidades vivas são espirituais por natureza. Após a fecundação, a natureza material dá à luz todas as espécies de entidades vivas, começando da maior criatura viva, o senhor Brahmā, e descendo até a formiga mais insignificante, em todas as variedades de formas. Na Bhagavad-gītā (14.4), menciona-se claramente a natureza material como sarva-yoniṣu. Isto significa que, de todas as variedades de espécies – semideuses, seres humanos, animais, pássaros e quadrúpedes (qualquer coisa que se manifeste) –, a natureza material é a mãe, e a Suprema Personalidade de Deus é o pai que dá a semente. Geralmente, tem-se a experiência de que o pai dá a vida ao filho, mas a mãe lhe dá o corpo; embora a semente de vida seja dada pelo pai, o corpo se desenvolve dentro do ventre da mãe. Analogamente, as entidades vivas espirituais são fecundadas no ventre da natureza material, mas o corpo, sendo fornecido pela natureza material, assume muitas variedades de espécies e formas de vida. Aqui não se apoia a teoria de que os sintomas de vida se manifestam pela interação dos vinte e quatro elementos materiais. A força viva vem diretamente da Suprema Personalidade de Deus e é inteiramente espiritual. Portanto, nenhum avanço científico material pode produzir a vida. A força viva vem do mundo espiritual e nada tem a ver com a interação dos elementos materiais.

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