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VERSO 72

tam asmin pratyag-ātmānaṁ
dhiyā yoga-pravṛttayā
bhaktyā viraktyā jñānena
vivicyātmani cintayet

tam — nEle; asmin — neste; pratyak-ātmānam — a Superalma; dhiyā — com a mente; yoga-pravṛttayā — ocupada em serviço devocional; bhaktyā — através da devoção; viraktyā — através do desapego; jñānena — através do conhecimento espiritual; vivicya — considerando cuidadosamente; ātmani — no corpo; cintayet — deve-se contemplar.

Portanto, através da devoção, do desapego e do avanço em conhecimento espiritual, adquirido através de concentrado serviço devocional, deve-se contemplar a Superalma como presente neste próprio corpo, embora simultaneamente separada dele.

SIGNIFICADO—É possível perceber a Superalma internamente. Ela está dentro do corpo, mas também separada do corpo, ou transcendental ao corpo. Embora sentada no mesmo corpo que a alma individual, a Superalma não tem afeição pelo corpo, ao passo que a alma individual o tem. Portanto, é preciso desapegar-se deste corpo material, praticando serviço devocional. Aqui se menciona claramente (bhaktyā) que se deve prestar serviço devocional ao Supremo. Como se declara no primeiro canto, segundo capítulo, do Śrīmad-Bhāgavatam (1.2.7), vāsudeve bhagavati bhakti-yogaḥ prayojitaḥ. Quando Vāsudeva, o Viṣṇu onipenetrante, a Suprema Personalidade de Deus, é servido com devoção totalmente pura, o desapego do mundo material começa imediatamente. O objetivo de sāṅkhya é nos desapegar da contaminação material. Podemos alcançar isso simplesmente praticando serviço devocional à Suprema Personalidade de Deus.

Alguém que se desapega da atração pela prosperidade material pode realmente concentrar sua mente na Superalma. Enquanto a mente se deixar distrair pelas coisas materiais, não haverá possibilidade de concentrarmos a mente e a inteligência na Suprema Personalidade de Deus ou em Sua representação parcial, a Superalma. Em outras palavras, não se pode concentrar mente e energia no Supremo a não ser que se esteja desapegado do mundo material. Praticando o desapego deste mundo material, pode-se realmente obter conhecimento transcendental da Verdade Absoluta. Enquanto estivermos envolvidos com o gozo dos sentidos, ou o gozo material, não nos será possível entender a Verdade Absoluta. Também se confirma isso na Bhagavad-gītā (18.54). Quem está livre da contaminação material é feliz e pode ingressar no serviço devocional, e, através do serviço devocional, pode libertar-se.

No Śrīmad-Bhāgavatam, primeiro canto, afirma-se que nos tornamos felizes ao praticar serviço devocional. Com essa atitude jubilosa, podemos entender a ciência de Deus, ou consciência de Kṛṣṇa; caso contrário, isso é impossível. O estudo analítico dos elementos da natureza material e a concentração da mente na Superalma são a essência do sistema filosófico sāṅkhya. A perfeição desse sāṅkhya-yoga culmina em serviço devocional à Verdade Absoluta.

Neste ponto, encerram-se os Significados Bhaktivedanta do terceiro canto, vigésimo sexto capítulo, do Śrīmad-Bhāgavatam, intitulado “Princípios Fundamentais da Natureza Material”.

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