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VERSO 5

ata eva śanaiś cittaṁ
prasaktam asatāṁ pathi
bhakti-yogena tīvreṇa
viraktyā ca nayed vaśam

ataḥ eva — portanto; śanaiḥ — gradualmente; cittam — mente, consciência; prasaktam — apegadas; asatām — de gozos materiais; pathi — no caminho; bhakti-yogena — através do serviço devocional; tīvreṇa — seríssimo; viraktyā — sem apego; ca — e; nayet — ela deve trazer; vaśam — sob controle.

É dever de toda alma condicionada ocupar sua consciência poluída, que está agora apegada ao gozo material, em seríssimo serviço devocional, com desapego. Assim, sua mente e sua consciência ficarão sob pleno controle.

SIGNIFICADO—Este verso explica muito bem o processo da liberação. Tornamo-nos condicionados pela natureza material por pensarmos que somos o desfrutador, o proprietário e o amigo de todas as entidades vivas. Esse pensamento falso resulta de se contemplar o gozo dos sentidos. Quando alguém acha que é o melhor amigo de seus compatriotas, da sociedade ou da humanidade, e se dedica a diversas atividades nacionalistas, filantrópicas e altruístas, tudo isso é apenas excessiva concentração no gozo dos sentidos. O dito líder nacional ou humanista não serve a todos – ele serve apenas a seus sentidos. Isso é um fato. Porém, a alma condicionada não pode entender isso por estar desorientada pelo encanto da natureza material. Portanto, este verso recomenda que nos ocupemos muito seriamente em serviço devocional ao Senhor, o que significa que não devemos pensar que somos o proprietário, benfeitor, amigo ou desfrutador. Devemos estar sempre conscientes de que o verdadeiro desfrutador é Kṛṣṇa, a Suprema Personalidade de Deus: eis o princípio básico do bhakti-yoga. É preciso que estejamos firmemente convencidos destes três princípios: devemos sempre pensar que Kṛṣṇa é o proprietário, que Kṛṣṇa é o desfrutador e que Kṛṣṇa é o amigo. Devemos não apenas entender esses princípios para nós mesmos, mas também devemos tentar convencer os outros e propagar a consciência de Kṛṣṇa.

Tão logo alguém se ocupe tão seriamente assim em serviço devocional ao Senhor, naturalmente desaparece a propensão de alegar falso domínio sobre a natureza material. Esse desapego se chama vairāgya. Ao invés de nos absorvermos no dito assenhoreamento material, ocupamo-nos em consciência de Kṛṣṇa: isso se chama controle de consciência. O processo de yoga requer o controle dos sentidos. Yoga indriya-saṁyamaḥ. Uma vez que os sentidos são sempre ativos, suas atividades devem ser ocupadas em serviço devocional – não é possível conter suas atividades. Se quisermos suspender artificialmente as atividades dos sentidos, nossa tentativa será um fracasso. Mesmo o grande yogī Viśvāmitra, que tentava controlar os sentidos mediante o processo de yoga, caiu vítima da beleza de Menakā. Há muitos exemplos assim. A não ser que a mente e a consciência estejam plenamente ocupadas em serviço devocional, sempre existe a oportunidade de a mente ocupar-se com desejos de gozo dos sentidos.

Um ponto em particular mencionado neste verso é muito significativo. Aqui se diz que prasaktam asatāṁ pathi: a mente está sempre atraída por asat, a existência material temporária. Como temos nos associado com a natureza material desde tempos imemoriais, nós nos acostumamos com o nosso apego a esta natureza material temporária. É preciso fixar a mente nos eternos pés de lótus do Senhor Supremo. Sa vai manaḥ kṛṣṇa padāravindayoḥ. É preciso fixar a mente nos pés de lótus de Kṛṣṇa; tudo, então, ficará muito bem. Assim, este verso enfatiza a seriedade do bhakti-yoga.

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