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VERSO 1

śrī-bhagavān uvāca
karmaṇā daiva-netreṇa
jantur dehopapattaye
striyāḥ praviṣṭa udaraṁ
puṁso retaḥ-kaṇāśrayaḥ

śrī-bhagavān uvāca — a Suprema Personalidade de Deus disse; karmaṇā — pelo resultado do trabalho; daiva-netreṇa — sob a supervisão do Senhor; jantuḥ — a entidade viva; deha — um corpo; upapattaye — para obter; striyāḥ — de uma mulher; praviṣṭaḥ — entra; udaram — o ventre; puṁsaḥ — de um homem; retaḥ — de sêmen; kaṇa — uma partícula; āśrayaḥ — residindo em.

A Personalidade de Deus disse: Sob a supervisão do Senhor Supremo e segundo o resultado de seu trabalho, a entidade viva, a alma, é forçada a entrar no ventre de uma mulher através da partícula do sêmen masculino para assumir um tipo de corpo em particular.

SIGNIFICADO—Como se afirmou no último capítulo, após sofrer diferentes tipos de condições infernais, um homem volta novamente ao corpo da forma humana. Continua-se o mesmo tema neste capítulo. Com o objetivo de dar um tipo específico de forma humana a uma pessoa que já sofreu a vida infernal, a alma é transferida ao sêmen de um homem que é precisamente adequado para se tornar seu pai. Durante o intercurso sexual, a alma é transferida através do sêmen do pai ao ventre da mãe, a fim de produzir um tipo específico de corpo. Esse processo é aplicável a todas as entidades vivas corporificadas, mas é especialmente mencionado para o homem que foi transferido ao inferno Andha-tāmisra. Após sofrer ali, quando aquele que teve muitas espécies de corpos infernais, como os de cães e porcos, tem de voltar à forma humana, ele recebe a oportunidade de nascer no mesmo tipo de corpo a partir do qual se degradou ao inferno.

Tudo é feito sob a supervisão da Suprema Personalidade de Deus. A natureza material fornece o corpo, mas ela o faz sob a direção da Superalma. Afirma-se na Bhagavad-gītā que a entidade viva vagueia por este mundo material em uma carroça feita pela natureza material. O Senhor Supremo, como a Superalma, sempre acompanha a alma individual. Ele orienta a natureza material a fornecer um tipo de corpo em particular à alma individual, segundo o resultado de seu trabalho, corpo que a natureza material fornece. Nesta passagem, uma palavra, retaḥ-kaṇādrayaḥ, é muito significativa porque indica que não é o sêmen do homem que cria a vida no ventre da mulher; ao contrário, a entidade viva, a alma, abriga-se numa partícula de sêmen e é então injetada no ventre de uma mulher. Depois disso, o corpo se desenvolve. Não há possibilidade de criar uma entidade viva sem a presença da alma simplesmente pelo intercurso sexual. A teoria materialista de que não existe alma e de que uma criança nasce simplesmente por meio da combinação material do esperma e do óvulo não é muito verossímil. Ela é inaceitável.

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