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VERSO 26

jñāna-mātraṁ paraṁ brahma
paramātmeśvaraḥ pumān
dṛśy-ādibhiḥ pṛthag bhāvair
bhagavān eka īyate

jñāna — conhecimento; mātram — somente; param — transcendental; brahma — Brahman; parama-ātmā — Paramātmā; īśvaraḥ — o controlador; pumān — Superalma; dṛśi-ādibhiḥ — por investigação filosófica e outros processos; pṛthak bhāvaiḥ — conforme os diferentes processos de compreensão; bhagavān — a Suprema Personalidade de Deus; ekaḥ — somente; īyate — é percebido.

Somente a Suprema Personalidade de Deus é conhecimento transcendental pleno, porém, conforme os diferentes processos de compreensão, Ele aparece de modos diferentes, seja como o Brahman impessoal, seja como o Paramātmā, seja como a Suprema Personalidade de Deus ou como o puruṣa-avatāra.

SIGNIFICADO—A expressão dṛśy-ādibhiḥ é significativa. Segundo Jīva Gosvāmī, dṛśi significa jñāna, investigação filosófica. Através de diferentes processos de investigação filosófica sob diferentes conceitos, tais como o processo de jñāna-yoga, percebe-se o mesmo Bhagavān, ou a Suprema Personalidade de Deus, como o Brahman impessoal. De forma semelhante, através do sistema óctuplo de yoga, Ele aparece como o Paramātmā. Contudo, em consciência de Kṛṣṇa pura, ou conhecimento com pureza, quem procura entender a Verdade Absoluta percebe-O como a Pessoa Suprema. A Transcendência é compreendida simplesmente com base em conhecimento. As palavras usadas aqui, paramātmeśvaraḥ pumān, são todas transcendentais, e se referem à Superalma. A Superalma também é descrita como o puruṣa, mas o termo Bhagavān se refere diretamente à Suprema Personalidade de Deus, que é pleno de seis opulências: riqueza, fama, força, beleza, conhecimento e renúncia. Ele é a Personalidade de Deus em diferentes céus espirituais. As várias descrições de paramātmā, īśvara e pumān indicam que as expansões da Divindade Suprema são ilimitadas.

Em última análise, para se entender a Suprema Personalidade de Deus, é preciso aceitar bhakti-yoga. Quem executar jñāna-yoga ou dhyāna-yoga, por fim terá que se aproximar da plataforma de bhakti-yoga, e então poderá entender claramente paramātmā, īśvara, pumān etc. Recomenda-se no segundo canto do Śrīmad-Bhāgavatam que, quer sejamos devotos, trabalhadores fruitivos ou liberacionistas, se formos inteligentes o bastante, deveremos nos dedicar com toda a seriedade ao processo de serviço devocional. Explica-se também que qualquer coisa que desejemos que seja obtenível mediante atividades fruitivas, mesmo que queiramos nos elevar a planetas superiores, pode ser obtida simplesmente pela execução de serviço devocional. Uma vez que o Senhor Supremo é pleno de seis opulências, Ele pode outorgar qualquer uma delas ao adorador.

A Suprema Personalidade de Deus única revela-Se a diferentes pensadores, ou como a Pessoa Suprema, ou como o Brahman impessoal, ou como Paramātmā. Os impersonalistas fundem-se no Brahman impessoal, mas isso não é obtido adorando o Brahman impessoal. Se alguém adota o serviço devocional e, ao mesmo tempo, deseja fundir-se na existência do Senhor Supremo, poderá consegui-lo. Quem deseja realmente fundir-se na existência do Supremo terá que prestar serviço devocional.

O devoto pode ver o Senhor Supremo face a face, mas o jñānī, o filósofo empírico, ou o yogī não o podem. Eles não são capazes de se elevar à posição de associados do Senhor. Não há evidências nas escrituras que afirmem que, cultivando conhecimento ou adorando o Brahman impessoal, alguém pode tornar-se associado pessoal da Suprema Personalidade de Deus. Nem executando os princípios ióguicos alguém pode tornar-se associado da Divindade Suprema. O Brahman impessoal, sendo sem forma, é descrito como adṛśya porque a refulgência impessoal do brahmajyoti encobre o rosto do Senhor Supremo. Alguns yogīs veem o Viṣṇu de quatro mãos sentado dentro do coração, e, por isso, no caso deles também, o Senhor Supremo é invisível. O Senhor é visível somente aos devotos. Aqui, a afirmação dṛśy-ādibhiḥ é significativa. Uma vez que a Suprema Personalidade de Deus é tanto visível quanto invisível, há diferentes aspectos do Senhor. O aspecto Paramātmā e o aspecto Brahman são invisíveis, mas o aspecto Bhagavān é visível. Esse fato é muito bem explicado no Viṣṇu Purāṇa. A forma universal do Senhor e a amorfa refulgência Brahman do Senhor, sendo invisíveis, são aspectos inferiores. O conceito da forma universal é material, e o conceito do Brahman impessoal é espiritual, mas a compreensão espiritual máxima é a Personalidade de Deus. O Viṣṇu Purāṇa declara: viṣṇur brahma svarūpeṇa svayam eva vyavasthitaḥ: o verdadeiro aspecto do Brahman é Viṣṇu, ou seja, o Brahman Supremo é Viṣṇu. Svayam eva: esse é Seu aspecto pessoal. A concepção espiritual suprema é a da Suprema Personalidade de Deus. Confirma-se também na Bhagavad-gītā: yad gatvā na nivartante tad dhāma paramaṁ mama. A morada específica chamada paramaṁ mama é o lugar do qual, uma vez atingido, não se retorna mais a esta dolorosa vida condicional. Todo lugar, todo espaço e tudo pertence a Viṣṇu, mas o lugar onde Ele vive pessoalmente é tad dhāma paramam, Sua morada suprema. Devemos fazer da morada suprema do Senhor o nosso destino.

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