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VERSO 11

yathā jale candramasaḥ
kampādis tat-kṛto guṇaḥ
dṛśyate ’sann api draṣṭur
ātmano ’nātmano guṇaḥ

yathā — como; jale — na água; candramasaḥ — da Lua; kampa-ādiḥ — tremendo etc.; tat-kṛtaḥ — feito pela água; guṇaḥ — qualidade; dṛśyate — assim é vista; asan api — sem existência; draṣṭuḥ — de quem vê; ātmanaḥ — do eu; anātmanaḥ — de outro que não seja ο eu; guṇaḥ — qualidade.

A Lua refletida na água parece tremer aos olhos de quem a vê devido a estar associada à qualidade da água. Da mesma forma, ο eu associado à matéria parece qualificar-se como matéria.

SIGNIFICADO—A Alma Suprema, a Personalidade de Deus, compara-Se à Lua no céu, e as entidades vivas se comparam ao reflexo da Lua na água. A Lua no céu está fixa e não parece tremer como a Lua na água. Na verdade, assim como a Lua original no céu, a Lua refletida na água também não deveria tremer, mas, por estar associada à água, ο reflexo parece tremer, embora, na realidade, a Lua seja fixa. A água movimenta-se, mas a Lua não. Analogamente, as entidades vivas parecem estar contaminadas por qualidades materiais, tais como ilusão, lamentação e sofrimentos, embora tais qualidades estejam completamente ausentes na alma pura. A palavra pratīyate, que significa “aparentemente” e “não de fato” (como a experiência em que se vê a cabeça sendo cortada em um sonho), é significativa nesta passagem. Ο reflexo da Lua na água são os raios separados da Lua, e não a Lua em si. As partes integrantes separadas do Senhor, envolvidas na água da existência material, têm a qualidade de tremer, ao passo que ο Senhor é como a própria Lua no céu, que não está em contato com a água de modo algum. A luz do Sol e da Lua refletidas na matéria fazem a matéria brilhar e ser digna de louvor. Os sintomas vitais são comparados à luz do Sol e da Lua iluminando manifestações materiais como as árvores o as montanhas. Ο reflexo do Sol ou da Lua é aceito como ο Sol ou a Lua verdadeiros por homens menos inteligentes, e a filosofia monista pura desenvolve-se a partir dessas ideias. De fato, a luz do Sol e da Lua são realmente diferentes do próprio Sol e da própria Lua, embora estejam sempre ligados. A luz da Lua espalhada por todo ο céu parece ser impessoal, mas ο planeta Lua, tal como ele é, é pessoal, e entidades vivas no planeta Lua também são pessoais. Nos raios da Lua, diferentes entidades materiais parecem ser comparativamente mais ou menos importantes. A luz da Lua no Taj Mahal parece ser mais bela do que a mesma luz em um lugar selvagem. Embora a luz da Lua seja a mesma em toda parte, devido a ser apreciada de formas diferentes, ela parece ser diferente. Analogamente, a luz do Senhor está igualmente distribuída por toda parte, mas, por ser recebida de formas diferentes, ela parece ser diferente. Não devemos, portanto, aceitar que ο reflexo da Lua na água é real e entender errado toda a situação através da filosofia monista. A qualidade de tremer da Lua também é variável. Quando a água está serena, não há tremor. Uma alma condicionada mais determinada treme menos, mas, devido à ligação com a matéria, a qualidade de tremer está mais ou menos presente em toda parte.

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