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VERSO 12

catur-yugānāṁ ca sahasram apsu
svapan svayodīritayā sva-śaktyā
kālākhyayāsādita-karma-tantro
lokān apītān dadṛśe sva-dehe

catuḥ — quatro; yugānām — dos milênios; ca — também; sahasram — mil; apsu — na água; svapan — sonhando durante ο sono; svayā — com Sua potência interna; udīritayā — para ο desenvolvimento ulterior; sva-śaktyā — por Sua própria energia; kāla-ākhyayā — chamada kāla; āsādita — estando assim ocupadas; karma-tantraḥ — quanto às atividades fruitivas; lοkān — a totalidade das entidades vivas; apītān — azulado; dadṛśe — viu-o assim; sva-dehe — em Seu próprio corpo.

Ο Senhor deitou-Se durante quatro mil ciclos de yuga em Sua potência interna, e, por Sua energia externa, Ele parecia estar dormindo dentro da água. Quando as entidades vivas começaram a surgir para ο desenvolvimento ulterior de suas atividades fruitivas, impulsionadas pela energia chamada kāla-śakti, Ele viu Seu corpo transcendental como sendo azulado.

SIGNIFICADO—No Viṣṇu Purāṇa, menciona-se que kāla-śakti é avidyā. Ο sintoma da influência de kāla-śakti é que se tem de trabalhar no mundo material em troca de resultados fruitivos. Na Bhagavad-gītā, os trabalhadores fruitivos são descritos como mūḍhas, ou tolos. Essas entidades vivas tolas têm muito entusiasmo para trabalhar em troca de algum benefício temporário dentro do cativeiro perpétuo. Uma pessoa se julga muito inteligente durante sua vida se consegue deixar para atrás um grande patrimônio financeiro para seus filhos, e, para atingir esse benefício temporário, ela se arrisca em toda sorte de atividades pecaminosas, sem conhecimento de que essas atividades irão mantê-la perpetuamente atada pelos grilhões do cativeiro material. Devido a essa mentalidade poluída e devido a pecados materiais, a combinação agregada de entidades vivas parecia ser azulada. Tal impulso para atividade em troca de resultados fruitivos é possibilitado pelo ditame de kāla, a energia externa do Senhor.

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