VERSO 15
tal loka-padmaṁ sa u eva viṣṇuḥ
prāvīviśat sarva-guṇāvabhāsam
tasmin svayaṁ vedamayo vidhātā
svayambhuvaṁ yaṁ sma vadanti so ’bhūt
tat — esta; loka — universal; padmam — flor de lótus; saḥ — Ele; u — certamente; eva — realmente; viṣṇuḥ — ο Senhor; prāvīviśat — entrou em; sarva — tudo; guṇa-avabhāsam — reservatório de todos os modos da natureza; tasmin — em que; svayam — em pessoa; veda-mayaḥ — a personalidade da sabedoria védica; vidhātā — controlador do universo; svayam-bhuvam — autógeno; yam — a quem; sma — no passado; vadanti — dizem; saḥ — ele; abhūt — gerado.
Ο Senhor Viṣṇu entrou pessoalmente como a Superalma naquela flor de lótus universal e, ao ser então impregnada com todos os modos da natureza material, a personalidade da sabedoria védica, a quem chamamos de ο autógeno, foi gerada.
SIGNIFICADO—Essa flor de lótus é a forma virāṭ universal, ou a gigantesca forma do Senhor no mundo material. Ela se amalgama com Viṣṇu, a Personalidade de Deus, em Seu abdômen, no momento da dissolução, e se manifesta no momento da criação. Isso se deve ao Garbhodakaśāyī Viṣṇu, que entra em cada um dos universos. Nessa forma, encontra-se a soma total de todas as atividades fruitivas das entidades vivas condicionadas pela natureza material, e a primeira delas, a saber, Brahmā, ou ο controlador do universo, é gerada a partir dessa flor de lótus. Esse primeiro ser vivo nascido, diferentemente de todos os outros, não tem pai material, daí ser chamado de autógeno, ou svayambhū. Ele adormece com Nārāyaṇa no momento da devastação, e, quando há outra criação, ele nasce dessa maneira. Por essa descrição, temos a concepção da tríade – a forma virāṭ grosseira, ο Hiraṇyagarbha sutil, e Brahmā, a força criadora material.