VERSO 32
sa ca svarlokam ārokṣyan
sunītiṁ jananīṁ dhruvaḥ
anvasmarad agaṁ hitvā
dīnāṁ yāsye tri-viṣṭapam
saḥ — ele; ca — também; svaḥ-lokam — ao planeta celestial; ārokṣyan — prestes a ascender; sunītim — Sunīti; jananīm — mãe; dhruvaḥ — Dhruva Mahārāja; anvasmarat — imediatamente se lembrou; agam — difícil de alcançar; hitvā — deixando para trás; dīnām — pobre; yāsye — irei; tri-viṣṭapam — ao planeta Vaikuṇṭha.
Dhruva estava sentado no aeroplano transcendental, prestes a partir, quando se lembrou de sua pobre mãe, Sunīti. Ele pensou consigo mesmo: “Como irei para o planeta Vaikuṇṭha, deixando minha pobre mãe para trás?”
SIGNIFICADO—Dhruva tinha um sentimento de gratidão para com sua mãe Sunīti. Foi Sunīti quem lhe dera a chave que agora o capacitava a ser levado pessoalmente para o planeta Vaikuṇṭha pelos associados do Senhor Viṣṇu. Agora ele se lembrava dela e queria levá-la consigo. Na verdade, Sunīti, a mãe de Dhruva Mahārāja, era seu patha-pradarśaka-guru. Patha-pradarśaka-guru significa “o guru, ou mestre espiritual, que mostra o caminho”. Tal guru às vezes é chamado śikṣā-guru. Embora Nārada Muni fosse seu dīkṣā-guru (mestre espiritual iniciador), Sunīti, sua mãe, fora a primeira pessoa a lhe dar instruções sobre como alcançar o favor da Suprema Personalidade de Deus. É dever do śikṣā-guru ou do dikṣā-guru ensinar o discípulo da maneira correta, e cabe ao discípulo executar o processo. Segundo os preceitos śāstricos, não há diferença entre śikṣā-guru e dikṣā-guru, e, de um modo geral, o śikṣā-guru posteriormente torna-se o dīkṣā-guru. Sunīti, contudo, sendo mulher, e especificamente mãe dele, não podia tornar-se dīkṣā-guru de Dhruva Mahārāja. De qualquer modo, isso não era motivo para ele sentir menos gratidão para com Sunīti. Não havia necessidade de levar Nārada Muni a Vaikuṇṭhaloka, mas Dhruva Mahārāja pensou em sua mãe.
Qualquer plano que a Suprema Personalidade de Deus contemple frutifica de imediato. Do mesmo modo, um devoto que é inteiramente dependente do Senhor Supremo também pode satisfazer seus desejos pela graça do Senhor. O Senhor satisfaz Seus próprios desejos independentemente, mas o devoto satisfaz seus desejos simplesmente dependendo da Suprema Personalidade de Deus. Portanto, logo que Dhruva Mahārāja pensou em sua pobre mãe, os associados de Viṣṇu garantiram-lhe que Sunīti também estava indo a Vaikuṇṭhaloka, em outro aeroplano. Dhruva Mahārāja pensara que estava indo sozinho a Vaikuṇṭhaloka, deixando sua mãe para trás, o que não era muito auspicioso, pois as pessoas os criticariam por ir sozinho a Vaikuṇṭhaloka, sem levar Sunīti, que havia lhe dado tanto. Porém, Dhruva também ponderou que ele não era pessoalmente o Supremo. Portanto, se Kṛṣṇa satisfizesse seus desejos, somente então isso seria possível. Entendendo imediatamente sua intenção, Kṛṣṇa disse a Dhruva que sua mãe também estava indo com ele. Esse incidente prova que um devoto puro como Dhruva Mahārāja pode ter todos os seus desejos satisfeitos; pela graça do Senhor, ele se torna exatamente como o Senhor e, assim, sempre que pensa em algo, seu desejo se realiza prontamente.