VERSO 8
deve ’varṣaty asau devo
naradeva-vapur hariḥ
kṛcchra-prāṇāḥ prajā hy eṣa
rakṣiṣyaty añjasendravat
deve — quando o semideus (Indra); avarṣati — não fornecer chuvas; asau — este; devaḥ — Mahārāja Pṛthu; nara-deva — do rei; vapuḥ — tendo o corpo; hariḥ — a Suprema Personalidade de Deus; kṛcchra-prāṇāḥ — entidades vivas sofredoras; prajāḥ — os cidadãos; hi — decerto; eṣaḥ — isto; rakṣiṣyati — protegerá; añjasā — com muita facilidade; indra-vat — como o rei Indra.
Quando não chover e os cidadãos ficarem expostos ao perigo de escassez de água, esta régia Personalidade de Deus será capaz de fornecer chuvas exatamente como o celestial rei Indra. Assim, com muita facilidade, ele será capaz de proteger os cidadãos da seca.
SIGNIFICADO—O rei Pṛthu é muito apropriadamente comparado ao Sol e ao semideus Indra. O rei Indra, dos planetas celestiais, está encarregado de distribuir água sobre a Terra e outros sistemas planetários. Indica-se neste verso que o rei Pṛthu providenciaria a distribuição de chuvas pessoalmente caso Indra deixasse de cumprir com seu dever de modo adequado. Algumas vezes, o rei do céu, Indra, irritava-se com os habitantes da Terra se eles não oferecessem sacrifícios para apaziguá-lo. O rei Pṛthu, contudo, sendo uma encarnação da Suprema Personalidade de Deus, não dependia da misericórdia do rei celestial. É predito nesta passagem que, se houvesse escassez de chuva, o rei Pṛthu solucionaria o problema da estiagem graças a seus poderes divinos. Tais poderes também foram manifestos pelo Senhor Kṛṣṇa quando esteve presente em Vṛndāvana. Na verdade, quando Indra derramou água incessante sobre Vṛndāvana durante sete dias, os habitantes foram protegidos por Kṛṣṇa, que ergueu a colina Govardhana sobre suas cabeças como se ela fosse um grande guarda-chuva. Por isso, o Senhor Kṛṣṇa também é conhecido como Govardhana-dhārī.