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VERSOS 35-36

devarṣi-pitṛ-gandharva-
siddha-cāraṇa-pannagāḥ
kinnarāpsaraso martyāḥ
khagā bhūtāny anekaśaḥ

yajñeśvara-dhiyā rājñā
vāg-vittāñjali-bhaktitaḥ
sabhājitā yayuḥ sarve
vaikuṇṭhānugatās tataḥ

deva — os semideuses; ṛṣi — os grandes sábios; pitṛ — habitantes de Pitṛloka; gandharva — habitantes de Gandharvaloka; siddha — habitantes de Siddhaloka; cāraa — habitantes de Cāraaloka; pannagāḥ — habitantes dos planetas onde vivem as serpentes; kin­nara — habitantes dos planetas Kinnara; apsarasaḥ — habitantes de Apsaroloka; martyāḥ — habitantes dos planetas terrestres; khagāḥ­ — pássaros; bhūtāni — outras entidades vivas; anekaśaḥ — muitas; yajña-īśvara-dhiyā — com a inteligência perfeita de considerá-los como partes integrantes do Senhor Supremo; rājñā — pelo rei; vāk­ — com palavras doces; vitta — riqueza; añjali — de mãos postas; bhaktitaḥ — em espírito de serviço devocional; sabhājitāḥ — sendo devidamente adorado; yayuḥ — foram-se; sarve — todos; vaikuṇṭha­ — da Suprema Personalidade de Deus, Viṣṇu; anugatāḥ — seguidores; tataḥ — daquele lugar.

O rei Pṛthu adorou os semideuses, os grandes sábios, os habitantes de Pitṛloka, os habitantes de Gandharvaloka e os de Siddhaloka, Cāraṇaloka, Pannagaloka, Kinnaraloka, Apsaroloka, dos planetas terrestres e dos planetas dos pássaros. Adorou, também, muitas outras entidades vivas que se apresentaram na arena do sacrifício. De mãos postas, adorou-os a todos, bem como a Suprema Personalidade de Deus e os associados pessoais do Senhor, oferecendo-lhes palavras doces e tanta riqueza quanto possível. Após essa cerimônia, todos regressaram a suas respectivas moradas, seguindo os passos do Senhor Viṣṇu.

SIGNIFICADO—Na moderna sociedade supostamente científica, prevalece a ideia de que não há vida em outros planetas, mas que somente nesta Terra existem entidades vivas com inteligência e conhecimento científico. Os textos védicos, entretanto, não aceitam essa teoria tola. Os seguidores da sabedoria védica têm plena noção de vários planetas habitados por uma variedade de entidades vivas, tais como os semideuses, os sábios, os Pitās, os Gandharvas, os Pannagas, os Kinnaras, os Cāraṇas, os Siddhas e as Apsarās. Os Vedas infor­mam que, em todos os planetas – não apenas dentro deste céu material, como também no céu espiritual –, há variedades de enti­dades vivas. Embora todas essas entidades vivas tenham a mesma natureza espiritual, sendo qualitativamente iguais à Suprema Per­sonalidade de Deus, elas têm variedades de corpos devido ao fato de a alma espiritual ser corporificada pelos oito elementos mate­riais, a saber, terra, água, fogo, ar, céu, mente, inteligência e falso ego. No mundo espiritual, contudo, não existe semelhante distinção entre o corpo e o corporificado. No mundo material, manifestam-se aspectos distintivos em diferentes classes de corpos nos diversos planetas. A literatura védica nos dá plena informação de que, em cada um dos planetas, tanto os materiais quanto os espirituais, existem entidades vivas de inteligência variada. A Terra é um dos planetas do sistema planetário Bhūrloka. Há seis sistemas planetá­rios acima de Bhūrloka e sete sistemas planetários abaixo dele. Portanto, o universo inteiro é conhecido como caturdaśa-bhuvana, indicando que ele tem catorze diferentes sistemas planetários. Além dos sistemas planetários existentes no céu material, há outro céu, conhecido como paravyoma, ou o céu espiritual, onde os planetas são espirituais. Os habitantes desses planetas se ocupam em varieda­des de serviço amoroso à Suprema Personalidade de Deus, as quais incluem diferentes rasas, ou relações, a saber, dāsya-rasa, sakhya-­rasa, vātsalya-rasa, mādhurya-rasa e, acima de todas, parakīya­-rasa. Essa parakīya-rasa, ou amor extraconjugal, prevalece em Kṛṣṇaloka, onde vive o Senhor Kṛṣṇa. Esse planeta também é chamado Goloka Vṛndāvana, e, embora o Senhor Kṛṣṇa viva ali perpetuamente, Ele também Se expande em milhões e trilhões de formas. Sob uma de tais formas, Ele aparece neste planeta mate­rial, em um local específico conhecido como Vṛndāvana-dhāma, onde Ele manifesta Seus passatempos originais de Goloka Vṛndāvana-­dhāma no céu espiritual a fim de atrair as almas condicionadas de volta ao lar, de volta ao Supremo.

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