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VERSO 23

tasya me tad-anuṣṭhānād
yān āhur brahma-vādinaḥ
lokāḥ syuḥ kāma-sandohā
yasya tuṣyati diṣṭa-dṛk

tasya — seu; me — meu; tat — isto; anuṣṭhānāt — cumprindo; yān — aquilo que; āhuḥ — é falado; brahma-vādinaḥ — pelos peritos em conhecimento védico; lokāḥ — planetas; syuḥ — tornam-se; kāma­sandohāḥ — satisfazendo os objetivos a que aspiramos; yasya — cujo; tuṣyati — fica satisfeito; diṣṭa-dṛk — o vidente de todo o destino.

Mahārāja Pṛthu disse: Creio que, cumprindo meus deveres como rei, serei capaz de atingir os objetivos desejáveis expostos pelos peri­tos em conhecimento védico. Esse destino é decerto alcançado através do prazer da Suprema Personalidade de Deus, que é o vidente de todo destino.

SIGNIFICADO—Mahārāja Pṛthu dá ênfase especial à palavra brahma-vādinaḥ, “pelos peritos em conhecimento védico”. Brahma se refere aos Vedas, os quais também são conhecidos como śabda-brahma, ou som transcendental. O som transcendental não é uma linguagem comum, embora pareça estar escrito em linguagem comum. A evidência da literatura védica deve ser aceita como a autoridade final. Na litera­tura védica, há muitas informações e, evidentemente, há infor­mações sobre os deveres que um rei deve desempenhar. Um rei responsável, que executa seu dever prescrito, dando a devida pro­teção a todas as entidades vivas em seu planeta, é promovido ao sistema planetário celestial. Isso também depende do prazer do Senhor Supremo. Não se deve pensar que quem executa seu dever ade­quadamente é promovido de modo automático, pois a promoção depende da satisfação da Suprema Personalidade de Deus. Deve-se concluir, em última análise, que alguém pode alcançar o resultado desejado de suas atividades satisfazendo o Senhor Supremo. Confirma-se isso também no primeiro canto, segundo capítulo, do Śrīmad-Bhāgavatam:

ataḥ pumbhir dvija-śreṣṭhā
varṇāśrama-vibhāgaśaḥ
svanuṣṭhitasya dharmasya
saṁsiddhir hari-toṣaṇam

A perfeição do cumprimento de nossos deveres prescritos está, em última análise, em satisfazermos o Senhor Supremo. A expres­são kāma-sandohāḥ significa “consecução do resultado desejado”. Todos desejam alcançar a meta última da vida, mas, na civilização moderna, os grandes cientistas pensam que a vida humana não tem meta. Essa ignorância grosseira é muito perigosa e um grande risco para a civilização. As pessoas ignoram as leis da natu­reza, que são os regulamentos da Suprema Personalidade de Deus. Por serem ateístas de primeira ordem, não têm fé na existência de Deus e de Seus regulamentos, em razão do que não sabem como funciona a natureza. Essa ignorância grosseira da massa popular, incluindo os próprios pretensos cientistas e filósofos, faz da vida uma situa­ção arriscada na qual os seres humanos não sabem se estão progredindo na vida. Segundo o Śrīmad-Bhāgavatam (7.5.30), eles estão sim­plesmente avançando em direção à mais escura região da existência material (adānta-gobhir viśatāṁ tamisram). O movimento para a consciência de Kṛṣṇa foi iniciado, portanto, para dar aos filósofos, aos cientistas e à população em geral o conhecimento correto sobre o destino da vida. Todos devem tirar proveito deste movimento e aprender a verdadeira meta da vida.

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