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VERSO 14

pitrādiṣṭāḥ prajā-sarge
tapase ’rṇavam āviśan
daśa-varṣa-sahasrāṇi
tapasārcaṁs tapas-patim

pitrā — pelo pai; ādiṣṭāḥ — sendo ordenados por; prajā-sarge­ — quanto a gerar filhos; tapase — para praticar austeridade; arṇa­vam — no oceano; āviśan — entraram; daśa-varṣa — dez anos; sahasrāṇi — esses milhares; tapasā — com a austeridade deles; ārcan­ — adoraram; tapaḥ — da austeridade; patim — o senhor.

Quando todos esses Pracetās receberam a ordem de seu pai de se casarem e gerarem filhos, em vez disso, todos eles entraram no oceano e praticaram ali austeridades e penitências por dez mil anos. Assim, eles adoraram o senhor de toda a austeridade, a Suprema Personalidade de Deus.

SIGNIFICADO––Às vezes, grandes sábios e ascetas sobem às montanhas dos Himalaias para afastarem-se das multidões desordenadas do mundo. Parece, con­tudo, que todos os Pracetās, os filhos de Prācīnabarhi, entraram nas profundezas do oceano para praticar austeridades em um local isolado. Já que praticaram austeridade por dez mil anos, esse incidente ocorreu em Satya-yuga, quando as pessoas costumavam viver por cem mil anos. Também é significativo que, através de sua austeri­dade, eles adoraram o senhor da austeridade, Śrī Kṛṣṇa, a Suprema Personalidade de Deus. Se alguém deseja praticar austeridades e penitências para alcançar a meta suprema, precisa obter o favor da Suprema Personalidade de Deus. Subentende-se que quem obtém o favor do Senhor Supremo terminou toda espécie de austeridades e penitências e alcançou eficiência em sua execução. Por outro lado, para quem não tenha atingido a fase perfeita de serviço devocional, todas as austeridades e penitências realmente não têm significado, pois, sem o Senhor Supremo, ninguém pode obter os resultados máximos derivados da execução delas. Como se afirma na Bhagavad-gītā (5.29), o Senhor Śrī Kṛṣṇa é o senhor de todas as penitências e sacrifícios. Bhoktāram yajña-tapasāṁ sarva-loka­maheśvaram. Assim, o resultado desejado de por se praticar austeridades pode ser obtido com o Senhor Kṛṣṇa.

O Śrīmad-Bhāgavatam (3.33.7) afirma:

aho bata śva-paco ’to garīyān
yaj-jihvāgre vartate nāma tubhyam
tepus tapas te juhuvuḥ sasnur āryā
brahmānūcur nāma gṛṇanti ye te

Mesmo que alguém nasça em família de caṇḍālas – o nascimento mais baixo que se pode obter na sociedade humana –, ele é glorioso se cantar os santos nomes do Senhor, pois se deve compreender que, cantando os santos nomes, o devoto prova definitivamente que se submeteu a toda classe de austeridades em sua vida anterior. Pela graça do Senhor Caitanya, quem canta o mahā-mantra (Hare Kṛṣṇa, Hare Kṛṣṇa, Kṛṣṇa Kṛṣṇa, Hare Hare/ Hare Rāma, Hare Rāma, Rāma Rāma, Hare Hare) alcança a fase máxima de perfeição, que outrora era atingida por pessoas que entravam no oceano e praticavam austeridades por dez mil anos. Nesta era de Kali, se alguém não tira proveito do cantar do mahā-mantra Hare Kṛṣṇa, que é oferecido como grande concessão para os seres huma­nos caídos desta era, deve-se entender que ele está muito desorientado pela energia ilusória do Senhor.

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