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VERSO 30

yad eṣa māpāṅga-vikhaṇḍitendriyaṁ
savrīḍa-bhāva-smita-vibhramad-bhruvā
tvayopasṛṣṭo bhagavān mano-bhavaḥ
prabādhate ’thānugṛhāṇa śobhane

yat — porque; eṣaḥ — isto; — a mim; apāṅga — por teus olhares; vikhaṇḍita — agitados; indriyam — cujos sentidos ou mente; sa-vrīḍa — com recato; bhāva — afeição; smita — sorrindo; vibhramat — confundindo; bhruvā — com sobrancelhas; tvayā — por ti; upaṣṛṭaḥ — sendo influenciado; bhagavān — o poderosíssimo; manaḥ-bhavaḥ — cupido; prabādhate — está molestando; atha — portanto; anugṛhāṇa — tem misericórdia; śobhane — ó linda donzela.

Com certeza, o olhar que hoje lançaste sobre mim agitou bastante a minha mente. Teu sorriso, que é cheio de recato, mas, ao mesmo tempo, luxurioso, está agitando o poderosíssimo cupido den­tro de mim. Portanto, ó linda donzela, peço-te que tenhas misericórdia de mim.

SIGNIFICADO––Todos têm desejos luxuriosos dentro de si, e logo que alguém é agitado pelo movimento das belas sobrancelhas de uma mulher, o cupido interior imediatamente dispara sua flecha no coração. Assim, as sobrancelhas de uma bela mulher fazem sua conquista rapidamente. Quando alguém é agitado por desejos luxuriosos, seus sentidos são atraídos por toda espécie de viṣaya – coisas desfrutáveis, como som, tato, forma, odor e paladar. Esses atrativos objetos dos sentidos obrigam-nos a ficar sob o controle de uma mulher. Dessa maneira, a vida condicionada de uma entidade viva começa. Vida condicionada significa estar sob o controle de uma mulher, e decerto a entidade viva está sempre à mercê de uma mulher ou de um homem. Assim, as entidades vivas vivem cativadas umas às outras e, desta maneira, continuam esta vida material condicionada, iludidas por māyā.

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