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VERSO 40

pitṛ-devarṣi-martyānāṁ
bhūtānām ātmanaś ca ha
kṣemyaṁ vadanti śaraṇaṁ
bhave ’smin yad gṛhāśramaḥ

pitṛ — antepassados; deva — semideuses; ṛṣi — sábios; martyānām — da humanidade em geral; bhūtānām — da infinidade de entidades vivas; ātmanaḥ — da própria pessoa; ca — também; ha — decerto; kṣemyam — benéfica; vadanti — dizem; śaraṇaṁ — refúgio; bhave­ — no mundo material; asmin — isto; yat — aquilo que; gṛha-āśramaḥ — vida familiar.

A mulher prosseguiu: Segundo as autoridades, a vida familiar é agradável, não somente para a própria pessoa, mas também para todos os antepassados, semideuses, grandes sábios, pessoas santas e todos os demais. Logo, a vida familiar é benéfica.

SIGNIFICADO––De acordo com o sistema védico, quando alguém nasce neste mundo material, assume muitas obrigações. Ele tem obrigações para com os semideuses – os semideuses do Sol e da Lua, o rei Indra, Varuṇa etc. – porque eles lhe fornecem tudo que é necessário à vida. Recebemos calor, luz, água e todos os demais recursos naturais pela misericórdia dos semideuses. Estamos, também, endividados com nossos antepassados, os quais nos deram estes corpos, heranças, inteligência, sociedade, amizade e amor. Do mesmo modo, estamos endividados com o público em geral devido à política e à assistência social, como também esta­mos endividados com animais inferiores, tais como cavalos, vacas, asnos, cães e gatos. Dessa maneira, logo que alguém nasce neste mundo material como um ser humano, ele assume muitas obri­gações e é forçado a retribuir todas essas obrigações. Se não as retribui, enreda-se mais ainda no processo de nascimento e morte. O gṛhamedhī, contudo, que é excessivamente viciado em coisas materiais, não sabe que, caso se refugie aos pés de lótus de Mukunda, com certeza se livrará de todas as obrigações para com os outros. Infelizmente, um gṛhamedhī não tem qualquer interesse pela consciência de Kṛṣṇa. Prahlāda Mahārāja diz:

matir na kṛṣṇe parataḥ svato vā
mitho ’bhipadyeta gṛha-vratānām

(Bhāg. 7.5.30)

Gṛha-vrata é o mesmo que gṛhamedhī. Aquele que aceita a vida sexual como sendo o que existe de mais elevado acha confusa a ação em consciência de Kṛṣṇa. Seja devido às suas próprias considerações pessoais, seja devido às instruções que recebe dos outros, ou seja, devido a se consul­tar com eles, o indivíduo se vicia na atividade sexual e não consegue agir em consciência de Kṛṣṇa.

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