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VERSO 52

āsurī nāma paścād dvās
tayā yāti purañjanaḥ
grāmakaṁ nāma viṣayaṁ
durmadena samanvitaḥ

āsurī — chamado Āsurī; nāma — chamado; paścāt — no lado oci­dental; dvāḥ — portão; tayā — através do qual; yāti — costumava ir; purañjanaḥ — rei Purañjana; grāmakam — chamada Grāmaka; nāma — chamada; viṣayam — a cidade do gozo dos sentidos; durmadena — por Durmada; samanvitaḥ — acompanhado.

No lado ocidental, havia um portão chamado Āsurī. Através desse portão, o rei Purañjana costumava ir à cidade de Grāmaka, acompanhado por seu amigo Durmada.

SIGNIFICADO––O portão no lado ocidental da cidade era conhecido como Āsurī porque se destinava especialmente aos asuras. A palavra asura refere-se àqueles que estão interessados em gozo dos sentidos, espe­cialmente em vida sexual, pela qual se sentem demasiadamente atraídos. Assim, Purañjana, a entidade viva, desfruta a satisfação máxima por meio dos órgãos genitais. Consequentemente, ele cos­tumava ir ao lugar chamado Grāmaka. O gozo material dos senti­dos também se chama grāmya, e o lugar onde se goza da vida sexual em larga escala se chama Grāmaka. Quando ia a Grāmaka, Purañ­jana costumava fazer-se acompanhar por seu amigo Durmada. A palavra viṣaya refere-se às quatro necessidades do corpo: comer, dormir, acasalar-se e defender-se. Pode-se analisar a palavra durmadena desta maneira: dur significa duṣṭa, ou “pecaminoso”, e mada significa “loucura”. Toda entidade viva que está em contato com a natureza material chama-se mada, ou louca. Afirma-se:

piśācī pāile yena mati-cchanna haya
māyā-grasta jīvera haya se bhāva udaya

(Prema-vivarta)

Quando alguém está possesso, torna-se praticamente louco. Uma pessoa em condição insana fala toda espécie de disparates. Assim, para se ocupar em gozo dos sentidos, é preciso aceitar um amigo que seja durmada, ou gravemente afetado pela doença material.

As palavras āsurī nāma paścād dvāḥ são significativas em outro sentido. A aurora é visível primeiramente no oriente – na Baía da Bengala – e aos poucos progride rumo ao ocidente. A experiência prática comprova que a população no Ocidente é mais viciada em gozo dos sentidos. Śrī Caitanya Mahāprabhu em pessoa confirma: paścimera loka saba mūḍha anācāra. (Cc. Ādi 10.89) Quanto mais alguém for para o ocidente, tanto mais encontrará pessoas desinteressadas da vida espiritual. Ele as encontrará comportando-se contra os padrões védicos. Devido a isso, a população que vive no Ocidente é mais viciada em gozo dos sentidos. Este Bhāgavatam confirma: āsurī nāma paścād dvāḥ. Em outras palavras, a população ocidental está interessada em uma civilização asúrica, isto é, em um modo de vida materialista. Logo, o Senhor Caitanya quis que este movimento para a consciência de Kṛṣṇa fosse pregado no hemisfé­rio ocidental do mundo para que a população viciada em gozo dos sentidos pudesse ser beneficiada por Seus ensinamentos.

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