VERSO 22
paramo ’nugraho daṇḍo
bhṛtyeṣu prabhuṇārpitaḥ
bālo na veda tat tanvi
bandhu-kṛtyam amarṣaṇaḥ
paramaḥ — suprema; anugrahaḥ — misericórdia; daṇḍaḥ — castigo; bhṛtyeṣu — aos servos; prabhuṇā — pelo amo; arpitaḥ — imposto; bālaḥ — tolo; na — não; veda — sabe; tat — isto; tanvi — ó esbelta donzela; bandhu-kṛtyam — o dever de um amigo; amarṣaṇaḥ — irado.
Minha querida e esbelta donzela, quando o amo castiga seu servo, o servo deve aceitar isso como uma grande misericórdia. Aquele que fica irado deve ser considerado muito tolo, por não saber que esse é o dever de seu amigo.
SIGNIFICADO—Afirma-se que, quando um tolo recebe boas instruções sobre determinado assunto, geralmente não consegue aceitá-las. Na verdade, ele até mesmo se enraivece. Semelhante ira se compara ao veneno de uma serpente, pois, quando a serpente é alimentada com leite e bananas, seu veneno, na verdade, se intensifica. Ao invés de tornar-se misericordiosa ou sóbria, a serpente aumenta sua maldade peçonhenta ao ser alimentada com bons alimentos. Analogamente, quando um tolo recebe instruções de alguém, ele não se corrige, senão que, na verdade, fica irado.