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VERSO 26

tan me prasīda suhṛdaḥ kṛta-kilbiṣasya
svairaṁ gatasya mṛgayāṁ vyasanāturasya
kā devaraṁ vaśa-gataṁ kusumāstra-vega-
visrasta-pauṁsnam uśatī na bhajeta kṛtye

tat — portanto; me — comigo; prasīda — sê bondosa; su-hṛdaḥ amigo íntimo; kṛta-kilbiṣasya — tendo cometido atividades pecaminosas; svairam — independentemente; gatasya que foi; mṛgayām­ caçar; vyasana-āturasya — estando influenciado por desejos peca­minosos; — que mulher; devaram o esposo; vaśa-gatam — sob controle dela; kusuma-astra-vega — trespassado pela flecha de Cupido; visrasta — espalhado; pauṁsnam sua paciência; uśatī — linda; na — nunca; bhajeta — abraçaria; kṛtye — no dever apropriado.

Minha querida rainha, devido a meus desejos pecaminosos, fui à floresta caçar sem pedir-te permissão. Portanto, devo admitir que te ofendi. Não obstante, tomando-me por teu mais íntimo subordinado, deves continuar muito satisfeita comigo. De fato, estou muito pesaroso, mas, estando trespassado pela flecha do Cupido, sinto-me luxurioso. E onde está a bela mulher que aban­donará seu esposo luxurioso e se recusará a unir-se a ele?

SIGNIFICADO—Tanto o homem quanto a mulher desejam um ao outro; este é o princípio básico da existência material. As mulheres, em geral, sempre se mantêm belas para que possam ser atrativas para seus esposos luxuriosos. Quando um esposo luxurioso aparece diante de sua esposa, a esposa tira proveito de seu ímpeto agressivo e goza da vida. De um modo geral, quando uma mulher é atacada por um homem – seja ele seu esposo ou algum outro homem –, ela des­fruta do ataque, sendo muito luxuriosa. Em outras palavras, quando a inteligência de uma pessoa é utilizada apropriadamente, tanto o intelecto quanto a pessoa inteligente desfrutam um do outro com muita satisfação. Como se afirma no Śrīmad-Bhāgavatam (7.9.45):

yan maithunādi-gṛhamedhi-sukhaṁ hi tucchaṁ
kaṇḍūyanena karayor iva duḥkha-duḥkham

A verdadeira felicidade dos karmīs é a vida sexual. Eles trabalham arduamente fora de casa e, para compensar seu trabalho árduo, vão para casa gozar da vida sexual. O rei Purañjana foi à floresta caçar e, após seu árduo trabalho, regressou ao lar para gozar da vida sexual. Se um homem vive fora de casa e passa uma semana em uma cidade ou em outro lugar, no final da semana fica muito ansioso por regressar ao lar e gozar de sexo com sua esposa. O Śrīmad-Bhāgavatam confirma isso: yan maithunādi-gṛhamedhi-sukhaṁ hi tuccham. Os karmīs trabalham arduamente apenas para gozar de sexo. A sociedade humana moderna tem fomentado o modo de vida materialista pelo simples processo de induzir a vida sexual irrestrita das mais diversas maneiras. Isso é mais notoriamente visível no mundo ocidental.

Neste ponto, encerram-se os Significados Bhaktivedanta do quarto canto, vigésimo sexto capítulo, do Śrīmad-Bhāgavatam, intitulado “O Rei Purañjana Vai à Floresta Caçar e Sua Rainha Fica Irada.”

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