VERSO 13
caṇḍavega iti khyāto
gandharvādhipatir nṛpa
gandharvās tasya balinaḥ
ṣaṣṭy-uttara-śata-trayam
caṇḍavegaḥ — Caṇḍavega; iti — assim; khyātaḥ — célebre; gandharva — pertencente a Gandharvaloka; adhipatiḥ — rei; nṛpa — ó rei; gandharvāḥ — outros Gandharvas; tasya — seus; balinaḥ — poderosíssimos soldados; ṣaṣṭi — sessenta; uttara — ultrapassando; śata — cem; trayam — três.
Ó rei! Em Gandharvaloka, há um monarca chamado Caṇḍavega. Estão sob suas ordens trezentos e sessenta poderosíssimos soldados Gandharvas.
SIGNIFICADO—Descreve-se aqui o tempo figurativamente como Caṇḍavega. Uma vez que o tempo e a maré não esperam por ninguém, o tempo é chamado aqui de Caṇḍavega, significando “passagem muito rápida”. O passar do tempo é calculado em termos de anos. Um ano contém 360 dias, e os soldados de Caṇḍavega aqui mencionados representam esses dias. O tempo passa velozmente; os poderosos soldados de Caṇḍavega em Gandharvaloka muito rapidamente levam consigo todos os dias de nossa vida. Entre o Sol nascer e se pôr, escoa-se a duração de nossa vida. Assim, conforme os dias passam, cada um de nós perde uma parte da duração de sua vida. Portanto, afirma-se que não podemos recuperar a duração de nossa vida. Contudo, se nos ocupamos em serviço devocional, o Sol não pode levar nosso tempo. Como se afirma no Śrīmad-Bhāgavatam (2.3.17), āyur harati vai puṁsām udyann astaṁ ca yann asau. Em conclusão, se alguém quer se tornar imortal, ele deve abandonar o gozo dos sentidos. Quem se ocupa em serviço devocional pode, aos poucos, ingressar no reino eterno de Deus.
Miragens e outras coisas ilusórias às vezes são chamadas de Gandharvas. O exaurir da duração de nossa vida se chama envelhecimento. Esse imperceptível passar dos dias de nossa vida é mencionado neste verso, figurativamente, como Gandharvas. Como se explicará em versos posteriores, esses Gandharvas são tanto masculinos quanto femininos. Isso indica que tanto homens quanto mulheres perdem seus anos de vida imperceptivelmente, devido à força do tempo, o qual se descreve aqui como Caṇḍavega.