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VERSOS 26-27

yadātmānam avijñāya
bhagavantaṁ paraṁ gurum
puruṣas tu viṣajjeta
guṇeṣu prakṛteḥ sva-dṛk

guṇābhimānī sa tadā
karmāṇi kurute ’vaśaḥ
śuklaṁ kṛṣṇaṁ lohitaṁ vā
yathā-karmābhijāyate

yadā — quando; ātmānam — a Alma Suprema; avijñāya — esquecendo-se; bhagavantam — a Suprema Personalidade de Deus; param — supremo; gurum — o instrutor; puruṣaḥ — a entidade viva; tu — então; viṣajjeta — entrega-se; guṇeṣu — aos modos; prakṛteḥ — da natureza material; sva-dṛk — uma pessoa que pode ver seu próprio bem-estar; guṇa-abhimānī — identificada com os modos da natureza; saḥ — ela; tadā — nesse momento; karmāṇi — atividades fruitivas; kurute — realiza; avaśaḥ — espontaneamente; śuklam — branco; kṛṣṇam — negro; lohitam — vermelho; — ou; yathā — de acordo com; karma — trabalho; abhijāyate — nasce.

A entidade viva, por natureza, tem independência diminuta para escolher sua própria boa ou má fortuna, mas, esquecendo-se de seu mestre supremo, a Personalidade de Deus, ela se entrega aos modos da natureza material. Estando influenciada pelos modos da nature­za material, ela se identifica com o corpo e, pelo interesse do corpo, apega-se a várias atividades. Às vezes, fica sob a influência do modo da ignorância, outras vezes, sob a influência do modo da paixão e, outras vezes, sob a influência do modo da bondade. Assim, a entidade viva obtém diferentes espécies de corpos sob os modos da natureza material.

SIGNIFICADO—Essas diferentes espécies de corpos são explicadas na Bhagavad-gītā (13.22):

puruṣaḥ prakṛti-stho hi
bhuṅkte prakṛtijān guṇān
kāraṇaṁ guṇa-saṅgo ’sya
sad-asad-yoni-janmasu

“A entidade viva dentro da natureza material segue os caminhos da vida, desfrutando os três modos da natureza. Isso decorre de sua associação com essa natureza material. Assim, ela se encontra com o bem e o mal entre as várias espécies de vida.”

Por estar em contato com os modos da natureza, a entidade viva obtém uma variedade de corpos entre as 8.400.000 formas. Explica­-se claramente aqui como a entidade viva tem uma pequena inde­pendência, indicada pela palavra sva-dṛk, significando “aquele que pode ver seu próprio bem-estar”. A posição constitucional da enti­dade viva é que ela é muito pequena, e ela pode desorientar-se em sua escolha. Pode ser que ela escolha imitar a Suprema Personalidade de Deus. Pode ser que um servo deseje começar seu próprio negó­cio e imitar seu patrão, e, quando escolhe fazê-lo, pode ser que deixe a proteção de seu patrão. Às vezes, ele fracassa e, às vezes, é bem-sucedido. De forma semelhante, a entidade viva, parte inte­grante de Kṛṣṇa, começa seu próprio negócio para competir com o Senhor. São muitos os que competem para alcançar a posição do Senhor, mas se tornar igual ao Senhor não é possível de modo algum. Assim, há uma grande luta pela vida no mundo material, uma vez que diferentes grupos tentam imitar o Senhor. O cativeiro material é causado pelo desvio do serviço ao Senhor e pela tentativa de imitá-lO. O Senhor é imitado por filósofos māyāvādīs que tentam tornar-se unos com o Senhor de maneira artificial. Quando os filó­sofos māyāvādīs julgam-se liberados, eles estão sob a ilusão da invenção mental. Ninguém pode tornar-se uno com Deus ou igual a Ele. Imaginar isso é continuar cativo na existência material.

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