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VERSOS 42-44

prajāpati-patiḥ sākṣād
bhagavān giriśo manuḥ
dakṣādayaḥ prajādhyakṣā
naiṣṭhikāḥ sanakādayaḥ

marīcir atry-aṅgirasau
pulastyaḥ pulahaḥ kratuḥ
bhṛgur vasiṣṭha ity ete
mad-antā brahma-vādinaḥ

adyāpi vācas-patayas
tapo-vidyā-samādhibhiḥ
paśyanto ’pi na paśyanti
paśyantaṁ parameśvaram

prajāpati-patiḥ — Brahmā, o pai de todos os progenitores; sākṣāt — diretamente; bhagavān — o poderosíssimo; giriśaḥ — senhor Śiva; manuḥ — Manu; dakṣa-ādayaḥ — liderados pelo rei Dakṣa; prajā­-adhyakṣāḥ — os governantes da humanidade; naiṣṭhikāḥ — os fortes brahmacārīs; sanaka-ādayaḥ — liderados por Sanaka; marīciḥ — Ma­rīci; atri-aṅgirasau — Atri e Aṅgirā; pulastyaḥ — Pulastya; pulahaḥ­ — Pulaha; kratuḥ — Kratu; bhṛguḥ — Bhṛgu; vasiṣṭhaḥ — Vasiṣṭha; iti­ — assim; ete — todos eles; mat-antāḥ — terminando comigo; brahma­vādinaḥbrāhmaṇas, oradores da literatura védica; adya api — até hoje; vācaḥ-patayaḥ — mestres da oratória; tapaḥ — austeridades; vidyā — conhecimento; samādhibhiḥ — e pela meditação; paśyantaḥ — observando; api — embora; na paśyanti — não observem; paśyantam — aquele que vê; parama-īśvaram — a Suprema Personalidade de Deus.

O poderosíssimo senhor Brahmā, o pai de todos os progenitores; o senhor Śiva; Manu, Dakṣa e outros governantes da humanidade; os quatro santos brahmacārīs de primeira classe, liderados por Sana­ka e Sanātana; os grandes sábios Marīci, Atri, Aṅgirā, Pulastya, Pulaha, Kratu, Bhṛgu e Vasiṣṭha, e minha humilde pessoa [Nārada] somos todos brāhmaṇas resolutos, capazes de falar com autoridade sobre a literatura védica. Nós somos muito poderosos devido às austeridades, meditação e educação. Entretanto, mesmo após in­dagar acerca da Suprema Personalidade de Deus, que sempre vemos, não O conhecemos perfeitamente.

SIGNIFICADO—Segundo a tola teoria darwiniana dos antropólogos, afirma-se que, há quarenta mil anos, o Homo sapiens não havia aparecido neste planeta, pois o processo de evolução não havia chegado a esse ponto. Contudo, as histórias védicas – os Purāṇas e o Mahā­bhārata – relatam histórias humanas que se estendem a milhões e milhões de anos no passado. No início da criação, havia uma personalidade muito inteligente, o senhor Brahmā, do qual emanaram todos os Manus e os brahmacārīs como Sanaka e Sanātana, bem como o senhor Śiva, os grandes sábios e Nārada. Todas essas per­sonalidades praticaram grandes austeridades e penitências e assim se tornaram autoridades em conhecimento védico. O conhecimento perfeito para os seres humanos, bem como para todas as entidades vivas, está contido nos Vedas. Todas as grandes personalidades supramencionadas são, não apenas poderosas – conhecendo o pas­sado, o presente e o futuro –, mas também são devotos. Ainda assim, apesar de sua grande educação em termos de conhecimen­to e apesar de poderem se encontrar com a Suprema Personalidade de Deus, o Senhor Viṣṇu, eles realmente não podem entender a perfeição da relação da entidade viva com o Senhor Viṣṇu. Isso quer dizer que essas personalidades ainda são limitadas no que diz respeito a seu conhecimento do ilimitado. Em conclusão, o mero avanço em conhecimento não qualifica alguém para ser considerado perito na compreensão da Suprema Personalidade de Deus. Não é através de conhecimento avançado, mas sim através de serviço devocional puro, que se pode compreender a Suprema Personali­dade de Deus, como confirma a Bhagavad-gītā (18.55), bhaktyā mām abhijānāti yāvān yaś cāsmi tattvataḥ: a menos que adotemos o serviço devocional puro e transcendental, não poderemos entender realmente a Suprema Personalidade de Deus. Todos têm alguma ideia imperfeita sobre o Senhor. Pretensos cientistas e especuladores filosóficos são incapazes de entender o Senhor Supremo mediante seu conhecimento. Ninguém possui conhecimento perfeito a menos que chegue à plataforma de serviço devocional. A versão védica confirma isso:

athāpi te deva padāmbuja-dvaya-
prasāda-leśānugṛhīta eva hi
jānāti tattvaṁ bhagavan mahimno
na cānya eko ’pi ciraṁ vicinvan

(Śrīmad-Bhāgavatam 10.14.29)

Os especuladores, os jñānīs, continuam especulando sobre a Suprema Personalidade de Deus por muitas e muitas centenas de milha­res de anos, mas, sem ser favorecido pela Suprema Personalidade de Deus, ninguém pode entender Suas glórias supremas. Todos os grandes sábios mencionados neste verso têm seus planetas perto de Brahmaloka, o planeta onde reside o senhor Brahmā juntamente com os quatro grandes sábios – Sanaka, Sanātana, Sanandana e Sanat-kumāra. Esses sábios residem em diferentes estrelas conheci­das como as estrelas meridionais, as quais circundam a Estrela Polar. A Estrela Polar, chamada Dhruvaloka, é o pivô deste uni­verso, e todos os planetas giram em torno dela. Segundo podemos ver, todas as estrelas dentro deste universo são planetas. Segundo a teoria ocidental, todas as estrelas são diferentes sóis, mas, segundo a informação védica, só existe um sol dentro deste universo. Todas as ditas estrelas nada mais são do que diferentes planetas. Além deste universo, existem muitos milhões de outros universos, cada um dos quais contém inúmeras estrelas e planetas semelhantes.

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