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VERSO 6

sakhāya indriya-gaṇā
jñānaṁ karma ca yat-kṛtam
sakhyas tad-vṛttayaḥ prāṇaḥ
pañca-vṛttir yathoragaḥ

sakhāyaḥ — os amigos; indriya-gaṇāḥ — os sentidos; jñānam — conhecimento; karma — atividade, ca — também; yat-kṛtam — feita pelos sentidos; sakhyaḥ — amigas; tat — dos sentidos; vṛttayaḥ — ocupações; prāṇaḥ — ar vital; pañca-vṛttiḥ — tendo cinco processos; yathā­ — como; uragaḥ — a serpente.

Os cinco sentidos funcionais e os cinco sentidos que adquirem conhecimento são todos amigos de Purañjanī. A entidade viva é assistida por esses sentidos na aquisição de conhecimento e no exercício de atividades. As ocupações dos sentidos são conhecidas como amigas, e a serpente, que, conforme se descreveu, tem cinco cabeças, é o ar vital que age dentro dos cinco processos circulatórios.

kṛṣṇa-bahirmukha hañā bhoga-vāñchā kare
nikaṭa-stha māyā tāre jāpaṭiyā dhare

(Prema-vivarta)

Devido a seu desejo de gozar do mundo material, a entidade viva se veste de corpos materiais grosseiros e sutis. Assim, ela recebe uma oportunidade de gozar dos sentidos. Os sentidos, portanto, são os instrumentos usados por ela para gozar do mundo material; consequentemente, descrevem-se os sentidos como amigos. Às vezes, devido a um excesso de atividades pecaminosas, a entidade viva não obtém um corpo material grosseiro, senão que paira na plataforma sutil. Isso se chama vida espectral. Por não possuir um corpo grosseiro, ela causa muitos incômodos em seu corpo sutil. Assim, a presença de um fantasma é muito ruim para aqueles que vivem em corpos grossei­ros. Afirma-se na Bhagavad-gītā (15.10):

utkrāmantaṁ sthitaṁ vāpi
bhuñjānaṁ vā guṇānvitam
vimūḍhā nānupaśyanti
paśyanti jñāna-cakṣuṣaḥ

“Os tolos não conseguem compreender como a entidade viva pode abandonar seu corpo, nem conseguem entender que tipo de corpo ela usufruirá sob o encanto dos modos da natureza. Mas aquele cujos olhos estão treinados em conhecimento pode ver tudo isso.”

As entidades vivas estão imersas no ar vital, que age de diferentes maneiras para manter a circulação. Existe o prāṇa, o apāna, o udāna, o vyāna e o samāna, e, como o ar vital funciona dessa maneira quíntupla, ele é comparado à serpente de cinco cabeças. A alma passa pelo kuṇḍalinī-cakra assim como uma serpente se arrasta pelo solo. O ar vital é comparado ao uraga, a serpente. Pañca-vṛtti é o desejo de satisfazer os sentidos, atraídos por seus cinco objetos, a saber, forma, sabor, som, cheiro e toque.

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