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VERSO 5

buddhiṁ tu pramadāṁ vidyān
mamāham iti yat-kṛtam
yām adhiṣṭhāya dehe ’smin
pumān bhuṅkte ’kṣabhir guṇān

buddhim — inteligência; tu — então; pramadām — a jovem (Purañjanī); vidyāt — deve-se saber; mama — meu; aham — eu; iti — assim; yat­-kṛtam — feito pela inteligência; yām — a inteligência que; adhiṣṭhāya — refugiando-se em; dehe — no corpo; asmin — este; pumān — a en­tidade viva; bhuṅkte — sofre e desfruta; akṣabhiḥ — pelos sentidos; guṇān — os modos da natureza material.

O grande sábio Nārada continuou: A palavra pramadā mencionada a este respeito refere-se à inteligência material, ou à ignorância. Ela deve ser entendida assim. Alguém que se refugie nessa espécie de inteligência identifica-se com o corpo material. Influenciado pela consciência material de “eu” e “meu”, coloca-se a desfrutar e sofrer através de seus sentidos. Assim, a entidade viva é presa em uma armadilha.

SIGNIFICADO—Na existência material, a dita inteligência é, na verdade, ignorân­cia. A inteligência purificada chama-se buddhi-yoga. Em outras palavras, a inteligência encaixada com os desejos de Kṛṣṇa chama­-se buddhi-yoga ou bhakti-yoga. Portanto, na Bhagavad-gītā (10.10), Kṛṣṇa diz:

teṣāṁ satata-yuktānāṁ
bhajatāṁ prīti-pūrvakam
dadāmi buddhi-yogaṁ taṁ
yena mām upayānti te

“Àqueles que estão constantemente devotados a Me servir com amor, Eu dou a compreensão pela qual eles podem vir a Mim.”

Inteligência verdadeira significa unir-se à Suprema Personalidade de Deus. A pessoa que faz isso recebe da Suprema Personalidade de Deus, internamente, a verdadeira inteligência pela qual ela pode vol­tar ao lar, voltar ao Supremo. A inteligência do mundo material é descrita neste verso como pramadā porque, na existência material, a entidade viva afirma falsamente que as coisas lhe pertencem. Ela pensa: “Eu sou o soberano de tudo à minha volta.” Isso é ignorância. Na realidade, nada lhe pertence. Nem mesmo o corpo e os sen­tidos lhe pertencem, pois lhe são dados pela graça do Senhor para satisfazer suas diferentes propensões através da energia material. Na verdade, nada pertence à entidade viva, mas ela enlouquece por tudo, afirmando: “Isto é meu. Aquilo é meu. Aquilo outro é meu.” Janasya moho ’yam ahaṁ mameti. Isso é o que se chama ilusão. Embora nada pertença à entidade viva, ela afirma que tudo lhe pertence. O Senhor Caitanya Mahāprabhu recomenda que se purifique essa falsa inteligência (ceto-darpaṇa-mārjanam). As verdadeiras atividades da entidade viva começam quando o espelho de sua inteligência é polido. Isso quer dizer que, quando alguém chega à plataforma de consciência de Kṛṣṇa, sua verdadeira inteligência começa a agir. Nesse momento, ele sabe que tudo pertence a Kṛṣṇa e nada lhe pertence. Enquanto pensarmos que tudo nos pertence, estaremos em consciência material, e, quando tivermos perfeito conhecimento de que tudo pertence a Kṛṣṇa, estaremos em consciência de Kṛṣṇa.

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