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VERSO 16

apṛthag-dharma-śīlānāṁ
sarveṣāṁ vaḥ sumadhyamā
apṛthag-dharma-śīleyaṁ
bhūyāt patny arpitāśayā

apṛthak — sem diferenças; dharma — ocupação; śīlānām — cujo caráter; sarveṣām — todos; va — vós; su-madhyamā — uma moça cuja cintura é delgada; apṛthak — sem diferenças; dharma — ocupação; śīlā — bem-comportada; iyam — esta; bhūyāt — que ela se torne; patnī — esposa; arpita-āśayā — plenamente rendida.

Todos vós, irmãos, sois da mesma natureza, sendo devotos e filhos obedientes de vosso pai. Do mesmo modo, esta moça também é da mesma classe e é dedicada a todos vós. Assim, tanto a moça quanto vós, os filhos do rei Prācīnabarhiṣat, estais na mesma plataforma, unidos em nome de um princípio comum.

SIGNIFICADO—Segundo os princípios védicos, uma mulher não pode ter muitos esposos, embora um homem possa ter muitas esposas. Em casos especiais, contudo, observa-se que uma mulher tem mais de um esposo. Draupadī, por exemplo, casou-se com todos os cinco irmãos Pāṇḍavas. De forma semelhante, a Suprema Personalidade de Deus ordenou a todos os filhos de Prācīnabarhiṣat que desposas­sem a única filha do grande sábio Kaṇḍu e de Pramlocā. Em casos especiais, uma moça tem permissão de casar-se com mais de um homem, contanto que seja capaz de tratar seus esposos igualmente. Isso não é possível para uma mulher comum. Só a uma mulher especialmente qualificada pode-se permitir casar-se com mais de um esposo. Nesta era de Kali, é muito difícil encontrar uma mulher equânime dessa maneira. Logo, de acordo com a escritura, kalau pañca vivarjayet. Nesta era, proíbe-se a uma mulher que se case com o irmão de seu esposo. Esse costume ainda é observado em algumas regiões montanhosas da Índia. O Senhor diz que apṛthag-dharma­śīleyaṁ bhūyāt patny arpitāśayā. Com as bênçãos do Senhor, tudo é possível. O Senhor abençoou especialmente a moça a render-se igualmente a todos os irmãos. Apṛthag-dharma, signifi­cando “dever ocupacional sem diferença de propósitos”, é ensinado na Bhagavad-gītā. A Bhagavad-gītā divide-se em três seções básicas – karma-yoga, jñāna-yoga e bhakti-yoga. A palavra yoga sig­nifica “atuar em nome da Suprema Personalidade de Deus”. Como se confirma na Bhagavad-gītā (3.9):

yajñārthāt karmaṇo ’nyatra
loko ’yaṁ karma-bandhanaḥ
tad-arthaṁ karma kaunteya
mukta-saṅgaḥ samācara

“Deve-se realizar o trabalho como um sacrifício a Viṣṇu; caso contrário, o trabalho produz cativeiro neste mundo material. Portanto, ó filho de Kuntī, executa teus deveres prescritos para a satisfação dEle e, desta forma, sempre permanecerás livre do cativeiro.”

Alguém poderá agir de acordo com seu próprio dever ocupa­cional simplesmente para satisfazer o yajña-puruṣa, a Suprema Personalidade de Deus. Isso se chama apṛthag-dharma. Diferentes membros do corpo podem agir de diferentes maneiras, mas o objetivo básico de todos eles é manter todo o corpo. De modo seme­lhante, se trabalharmos para a satisfação da Suprema Personali­dade de Deus, observaremos que tudo estará resolvido. Devemos seguir os passos dos Pracetās, cujo único objetivo era satisfazer o Senhor Supremo. Isso se chama apṛthag-dharma. Segundo a Bhagavad-gītā (18.66), sarva-dharmān parityajya mām ekaṁ śaraṇaṁ vraja: “Abandona toda variedade de religiões e simplesmente rende-te a Mim.” Esse é o conselho do Senhor Kṛṣṇa. Nossa única meta deve ser agir em consciência de Kṛṣṇa, para a satisfação do Senhor. Isso é unidade, ou apṛthag-dharma.

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