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VERSO 28

etāvat tvaṁ hi vibhubhir
bhāvyaṁ dīneṣu vatsalaiḥ
yad anusmaryate kāle
sva-buddhyābhadra-randhana

etāvat — assim; tvam — Vossa Onipotência; hi — com certeza; vibhubhiḥ — por expansões; bhāvyam — ser concebido; dīneṣu — para com os devotos humildes; vatsalaiḥ — compassivo; yat — que; anus­maryate — é sempre lembrado; kāle — com o transcurso do tempo; sva-buddhyā — através do serviço devocional de cada um; abhadra­-randhana — ó exterminador de toda a inauspiciosidade.

Querido Senhor, sois o exterminador de tudo que é inauspicioso. Sois compassivo para com Vossos pobres devotos através da expansão de Vosso arcā-vigraha. Certamente pensais em nós como Vossos servos eternos.

SIGNIFICADO—A forma do Senhor conhecida como arcā-vigraha é uma expan­são de Suas potências ilimitadas. À medida que o Senhor Se satis­faz com o serviço de um devoto, com o transcorrer do tempo, Ele aceita tal devoto como um de Seus muitos servos imaculados. Por natureza, o Senhor é muito compassivo, daí Ele aceitar o serviço de devotos neófitos. Como se confirma na Bhagavad-gītā (9.26):

patraṁ puṣpaṁ phalaṁ toyaṁ
yo me bhaktyā prayacchati
tad ahaṁ bhakty-upahṛtam
aśnāmi prayatātmanaḥ

“Se alguém Me oferecer, com amor e devoção, uma folha, uma flor, frutas ou água, Eu as aceitarei.” Os devotos oferecem alimentos, sob a forma de legumes, frutas, folhas e água, ao arcā-vigraha. O Senhor, sendo bhakta-vatsala, compassivo com Seus devotos, aceita essas oferendas. Pode ser que os ateístas achem que os devotos são idólatras, mas a verdade é outra. Janārdana, o Senhor Supremo, aceita bhāva, a atitude de serviço. O devoto neófito ocupado na adoração ao Senhor pode não entender o valor de semelhante ado­ração, mas o Senhor Supremo, sendo bhakta-vatsala, aceita Seu devoto e, em tempo oportuno, leva-o de volta ao lar.

A esse respeito, conta-se a história de um brāhmaṇa que mentalmente oferecia arroz-doce ao Senhor. O brāhmaṇa não tinha dinheiro nem meios para adorar a Deidade, mas, mentalmente, ele organizava toda a adoração muito bem. Ele tinha potes dourados, nos quais carregava água dos rios sagrados para banhar a Deidade, e oferecia à Deidade alimentos muito suntuosos, incluindo arroz-doce. Certa vez, antes de oferecer o arroz-doce, ele julgou que esse poderia estar muito quente, e pensou: “Ah! Deixa-me experimentá-lo. Essa não! Está muito quente!” Ao colocar seu dedo no arroz-doce para experimentá-lo, o dedo se queimou, e isso interrompeu sua meditação. Muito embora ele estivesse oferecendo alimento ao Senhor apenas mentalmente, o Senhor o aceitou. Em consequência disso, em Vaikuṇṭha, o Senhor imediatamente enviou uma quadriga para buscar o brāhmaṇa de volta ao lar, de volta ao Supremo. Assim, é dever de todo devoto sincero aceitar o arcā-vigraha em casa ou no templo e adorar a forma do Senhor, seguindo o conselho das escri­turas autorizadas e a orientação do mestre espiritual.

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