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VERSO 49

cākṣuṣe tv antare prāpte
prāk-sarge kāla-vidrute
yaḥ sasarja prajā iṣṭāḥ
sa dakṣo daiva-coditaḥ

cākṣuṣe — chamado Cākṣuṣa; tu — mas; antare — o manvantara; prāpte — quando aconteceu; prāk — anterior; sarge — criação; kāla-­vidrute — destruída com o transcorrer do tempo; yaḥ — aquele que; sasarja — criou; prajāḥ — entidades vivas; iṣṭāḥ — desejáveis; saḥ­ — ele; dakṣaḥ — Dakṣa; daiva — pela Suprema Personalidade de Deus; coditaḥ — inspirado.

Seu corpo anterior fora destruído, mas ele, o mesmo Dakṣa, inspirado pela vontade suprema, criou todas as entidades vivas desejadas no manvantara Cākṣuṣa.

SIGNIFICADO—Como afirma a Bhagavad-gītā (8.17):

sahasra-yuga-paryantam
ahar yad brahmaṇo viduḥ
rātriṁ yuga-sahasrāntāṁ
te ’ho-rātra-vido janāḥ

“Pelo cálculo humano, quando se soma um total de mil eras, obtém-se a duração de um dia de Brahmā. E esta é também a duração de sua noite.” Um dia de Brahmā consiste em mil ciclos dos quatro yugas – Satya, Tretā, Dvāpara e Kali. Em cada um desses dias, existem quatorze manvanta­ras, dentre os quais o manvantara Cākṣuṣa é o sexto. Os vários Manus existentes em um dia de Brahmā são os seguintes: (1) Svāyambhuva, (2) Svārociṣa, (3) Uttama, (4) Tāmasa, (5) Raivata, (6) Cākṣuṣa, (7) Vaivasvata, (8) Sāvarṇi, (9) Dakṣa-sāvarṇi, (10) Brahma-sāvarṇi, (11) Dharma-sāvarṇi, (12) Rudra-sāvarṇi, (13) Deva-sāvarṇi e (14) Indra-sāvarṇi.

Assim, há quatorze Manus em um dia de Brahmā. Em um ano, há 5.040 Manus. Brahmā vive cem anos; consequentemente, o total de Manus que aparecem e desaparecem durante a vida de um Brahmā é 504.000. Esse é o cálculo para um universo, e existem inúmeros universos. Todos esses Manus vêm e vão simplesmente pelo processo respiratório de Mahā-Viṣṇu. Como se afirma na Brahma-saṁhitā:

yasyaika-niśvasita-kālam athāvalambya
jīvanti loma-vilajā jagad-aṇḍa-nāthāḥ
viṣṇur mahān sa iha yasya kalā-viśeṣo
govindam ādi-puruṣaṁ tam ahaṁ bhajāmi

A expressão jagad-aṇḍa-nātha significa senhor Brahmā. São inúmeros os jagad-aṇḍa-nātha Brahmās, e assim podemos calcular os muitos Manus. A era atual está sob o controle de Vaivasvata Manu. Cada Manu vive 4.320.000 anos multiplicados por 71. O Manu atual já viveu 4.320.000 anos multiplicados por 28. Todas essas longas durações de vida são finalmente encerradas pelas leis da natureza material. A controvérsia do Dakṣa-yajña ocorreu no período do manvantara Svāyambhuva. Como resultado disso, Dakṣa foi castigado pelo senhor Śiva, mas, em virtude de suas orações ao senhor Śiva, ele mereceu recuperar sua opulência ante­rior. Segundo Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura, Dakṣa praticou rigorosas penitências até o quinto manvantara. Assim, no início do sexto manvantara, conhecido como manvantara Cākṣuṣa, Dakṣa recuperou sua opulência anterior pelas bênçãos do senhor Śiva.

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